Foto: Fernando Xokleng
Reportagens

Um ATL ainda mais colorido: lideranças LGBTQIA+ assumem protagonismo no movimento indígena

Segundo dia do Acampamento Terra Livre é marcado pelas denúncias de preconceito e violência contra lideranças indígenas LGBTQIA+

Reportagem de Rodrigo Barbosa e Fernando Xokleng, em parceria com o Portal de Saberes Laklãnõ

“Parem de marginalizar o nosso corpo, parem de nos matar”. Uma plenária com protagonismo LGBTQIA+ foi um dos pontos altos do segundo dia de Acampamento Terra Livre (ATL) 2023. 

Durante cerca de duas horas, o já colorido palco do evento foi pintado com a bandeira do arco-íris. Revezaram-se no microfone cerca de dez lideranças indígenas, em sua maioria jovens, das mais diversas orientações sexuais e regiões do Brasil. Eles denunciaram o preconceito e a violência ainda sofridos por eles e expuseram a importância de que o tema seja mais amplamente debatido nas comunidades. 

A plenária foi prestigiada por uma série de autoridades de Brasília. Destaque para a deputada federal Érika Hilton (PSOL-SP), mulher trans, que discursou após as lideranças indígenas sob aplausos do público.

Fotos: Fernando Xokleng

O protagonismo LGBTQIA+ ainda se manifestou em apresentações artísticas. Foi assim com o cantor Guaja, do povo Guajajara, que cantou a música “Flutua”, de Johnny Hooker. Logo depois, ocorreram apresentações de vogue, dando início à segunda noite cultural deste ATL.

Foto: Fernando Xokleng

Pela manhã, autoridades indígenas do Governo já haviam discursado. Joênia Wapichana, presidenta da Funai e ex-deputada, disse que o órgão ainda se encontra em fase de adaptação, após ter sua estrutura remodelada com a troca no Governo Federal. Segundo ela, destravar processos de demarcação de Terras Indígenas é a prioridade número um da Funai.

O compromisso foi reforçado pela Ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, que também fez parte da mesa. 14 territórios devem ser homologados em breve, incluindo a TI Cambirela, na região metropolitana de Florianópolis. A Funai ainda revogou recentemente, em um trabalho conjunto com IBAMA e MPI, duas instruções normativas que facilitavam a exploração madeireira em TIs.

Fotos: Rodrigo Barbosa

Entre os dois eventos, as mulheres foram as protagonistas do palco do ATL. No começo da tarde foram escolhidas as lideranças femininas que serão responsáveis por mobilizar as comunidades para a 3ª Marcha das Mulheres Indígenas, que acontece em setembro, também em Brasília. Nesta plenária, além das lideranças, esteve presente também a Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

Foto: Vanessa Fe Hã

O Cotidiano UFSC, em parceria com o Portal de Saberes Laklãnõ/Xokleng, irá acompanhar de perto todos esses eventos. Siga pelo nosso site e pelas redes sociais. 

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