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Jogos são utilizados em projeto para melhorar o aprendizado de crianças

Texto: Luíza Giombelli (luizamgiombelli@gmail.com)

Quem nunca ouviu um “sai da frente desse videogame!” ou “não vai prestar ficar o dia inteiro jogando”? Acontece que jogos, tanto online como em videogame, podem ajudar – e muito – no aprendizado. Esse é o tema da pesquisa da professora Daniela Ramos, especializada na área de Didática, que desenvolve o projeto “Escola do Cérebro”: um aplicativo para tablet com 6 jogos que ajudam a desenvolver diferentes funções do cérebro como memória, visão espacial, resolução de problemas, psico-motora, lógica matemática e linguagem, nos níveis básico, intermediário e avançado.

O projeto surgiu para apoiar a pesquisa da professora Daniela Ramos, que estuda a utilização de games na educação e o quão benéficos eles podem ser. Para a pesquisa, a “prof do joguinho” – como Daniela é conhecida pelas crianças das turmas do ensino fundamental do Colégio de Aplicação (8 a 11 anos) – baixa o aplicativo nos tablets da escola e os alunos jogam por pelo menos 15 minutos, durante 6 semanas. Mas o aspecto mais importante do aplicativo/site é a possibilidade de tanto os próprios alunos como a equipe da pesquisa, os professores e até os pais, acompanharem a evolução dos jogadores. Na fase inicial do projeto, há 3 anos atrás, era utilizado um blog e jogos já existentes na internet, mas existiam dificuldades no acompanhamento, registro e verificação do desempenho das crianças. Agora, o app gera gráficos baseados na pontuação e agilidade das crianças de acordo com as prioridades de cada jogo. Além, do trabalho em sala de aula, o “Escola do Cérebro” também realiza aulas menores, com até 3 crianças, que têm dificuldade de aprendizado ou queixas em relação a atenção dentro de sala.

 

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Segundo Daniela Ramos, “As crianças acabam ficando super motivadas, pelo fato de ser lúdico. Se déssemos a mesma atividade em um papel talvez elas não resolvessem. Eles nao percebem que os joguinhos trabalham matemática, por exemplo, mas eles acabam treinando.” Na realidade, qualquer pessoa pode utilizar o aplicativo, que está disponível no Google Play. Os resultados do projeto “Escola do Cérebro” mostram que houve melhora na atenção em sala de aula, na competitividade, na persistência e na dedicação para resolver exercícios, características importantes para pessoas de qualquer idade.

O projeto, financiado pelo CNPq e pela FAPESC, teve a contribuição do Prof. Emilio Takase, do Laboratório de Educação Cerebral,  e do LABLUDENS, a cognoteca do Colégio de Aplicação. o desenvolvimento do aplicativo foi feito pela empresa de tecnologia Cognosense. A equipe responsável pela pesquisa tem 10 pessoas, incluindo bolsistas de pesquisa e extensão.

Jogos e o cérebro

Games trabalham as habilidades cognitivas do nosso cérebro, ou seja, nossa capacidade de processar informações, entendê-las e usá-las no nosso dia-a-dia. Quando jogamos, toda a parte frontal do cérebro está trabalhando, aumentando nossa massa cinzenta, que é responsável por toda a parte sensorial, controle muscular, memória e linguagem.

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