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Uso de fontes de energia renovável aumenta na Grande Florianópolis

Texto: Larissa Gaspar

Edição: Natália Duane

A matriz energética brasileira é considerada a mais renovável do mundo. Cerca de 40% de toda a produção energética provém de fontes como etanol, biomassa e de recursos hídricos, além da utilização de energia solar e eólica .

Na Grande Florianópolis existem pesquisas pioneiras sobre o uso da força dos ventos e luz do sol como fonte de energia elétrica. É o caso do projeto “Energias renováveis com ênfase em energia eólica e geração termossolar”, do laboratório LEPTEN/Boiling do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em parceria com a Tractebel Energia.

A pesquisa tem duração de dois anos, de 2012 a 2014,  e conta com um equipe de 10 pessoas, entre bolsistas, doutorandos, mestrandos e professores. O objetivo é promover um estudo das condições atmosféricas do vento, para então desenvolver um software 3D de previsão para melhor geração de energia.

Para isso, foi instalada uma Plataforma Experimental em Energia Eólica no sul da Ilha, próximo ao aeroporto Hercílio Luz. Essa plataforma é formada por um aerogerador de 18 metros com capacidade de 1.800 watts e uma torre anemométrica  de 10 metros que serve para medir o desempenho do aerogerador (velocidade, perfil e capacidade dos ventos). Atualmente, a plataforma fornece energia elétrica para dois escritórios.

Um dos pesquisadores do projeto, Pedro Azevedo, explica que o software desenvolvido servirá para prever a viabilidade de instalação de aerogeradores em centro urbanos. “Com essa plataforma, nós queremos entender como o prédio da Engenharia de Materiais, instalado próximo a nossa plataforma, influencia no desempenho na geração de energia da torre eólica”.

Há duas classes de aerogeradores, a de geração distribuída (parques eólicos) e os pequenos aerogeradores, que são ao mesmo tempo consumidor e produtor da energia gerada. “Com essa pesquisa verificamos um certo potencial e viabilidade econômica para pequenos geradores aqui em Florianópolis” reforçou Azevedo.

Desenvolver a aplicação de energia eólica, assim como outras fontes de energia limpa e renovável, é essencial para diversificar a matriz energética do país. “Os projetos de fontes renováveis estão ficando cada vez mais baratos e competitivos, mas o que se deve buscar é a complementariedade das fontes de energia renovável”, completa Pedro Azevedo.

Outro potencial a ser explorado é a energia solar. O módulo piloto do REGSA(sigla em inglês para Promoção da Geração de Eletricidade através de Fontes Renováveis na America Latina), que consiste na implantação de projetos de eficiência energética e de eletrificação, foi instalado na escola Básica Estadual Roberto Schutz, em Rancho Queimado. Essa é a primeira escola de Santa Catarina a gerar a eletricidade que consome através de energia limpa e renovável.

A ideia é aplicar esse módulo em lugares onde a eletricidade não chega. Para o professor de português José Baltazar, diretor do Projeto REGSA, estão sendo fornecidas à comunidade melhores condições para o bom desempenho escolar, além de uma significativa melhoria da qualidade de vida de cerca de 150 crianças que frequentam a escola através do fornecimento de tecnologia, mais conforto e melhor de iluminação nas salas de aula. “Esse projeto é um exemplo para o Brasil e para a América Latina”.

O projeto faz parte de uma pesquisa internacional com financiamento da União Europeia.

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