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Candidatos com maior intenção de voto não comparecem ao debate

O auditório do Centro de Eventos e Cultura da UFSC recebeu ontem à noite o debate entre os candidatos ao governo do Estado. O evento organizado pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) e Centro Acadêmico de Direito (Caxif) permitiu que os políticos apresentassem suas propostas e respondessem às perguntas enviadas previamente pela comunidade acadêmica. O atual governador Raimundo Colombo (PSD) e o candidato Paulo Bauer (PSDB) não compareceram e Claudio Vignatti (PT) enviou seu vice para representá-lo.

A primeira pergunta foi dirigida a todos e questionou a opinião sobre parcerias privadas no setor da educação estatal. Nenhum dos presentes foi favorável à aliança com o setor privado. Janaina Deitos (PPL) ressaltou que “interesses coletivos não combinam com interesses privados”. Afrânio Boppré (PSOL) afirmou que o dinheiro público deve ir para educação pública, mas que isso não garante que esta não sirva à iniciativa privada, como acontece muitas vezes com as pesquisas realizadas na universidade.

Nos blocos seguintes, os temas e perguntas foram sorteados para cada candidato. Em relação aos hospitais, em especial o Hospital Universitário, Marlene Soccas (PCB) destacou que é contra a privatização pois a “saúde não é mercadoria” e que é preciso investir neste setor, que acaba vitimizando quem não tem dinheiro para pagar por um serviço de qualidade. Boppré também foi questionado sobre o assunto e se propôs a defender o Sistema Único de Saúde (SUS), sendo contrário a privatização e criticando a atuação do governo de Colombo que passou hospitais públicos para Organizações Sociais, como o Hospital Regional de Araranguá, que hoje é gerenciado pela Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM).

Sobre a cultura, Elpídio Neves (PRP) comprometeu-se a apoiar as festas típicas regionais e buscar ampliar o turismo, de modo que o Estado não dependa mais do turismo sazonal, que dirige o público às praias no verão e  à serra no inverno. Deitos defendeu a promoção da cultura do Estado e sua importância  na formação das crianças e jovens. Morastoni, vice de Vignatti (PT) afirmou que seu governo irá buscar investimentos para o setor cultural e acusou Colombo de “ter deixado a desejar nessa área”. Ainda neste tema, Gilmar Salgado (PSTU) defendeu que a cultura seja gerenciada pelos artistas e alegou que a Lei Rouanet é uma forma de privatização, usando como exemplo o caso do banco Bradesco, que, segundo o candidato,  recebe incentivo fiscal para apoiar espetáculos de alto custo como o Circo du Soleil.

Abordado sobre segurança pública, Morastoni ressaltou a necessidade de investir em tecnologia e aumentar o efetivo policial, pois a população do Estado aumentou enquanto que o número de policiais diminuiu. Socca posicionou-se a favor da desmilitarização da Polícia Militar e criticou a atuação violenta da corporação.

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