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Campanha #stopthebeautymadness confronta padrões

Texto: Marina Gonçalves (marinajulianag@gmail.com)

“Chega de padrões impossíveis. Chega de ‘imagem ideal’. Acima de tudo, chega de não se sentir suficiente quando se trata da própria beleza”. É dessa forma enfática que a campnha Stop The Beauty Madnes – Pare Com a Loucura da Beleza, em português, se apresenta. Robin Rice, diretora criativa da ação, se define em sua área como uma “artista da mudança social” e resolveu criar a campanha para confrontar os padrões de beleza pautados pela mídia e pela publicidade e a forma como a mulher é representada. O projeto é realizado pela produtora Be Who You Are, que afirma que o objetivo de produzir esse tipo de material é provar que “com algumas boas ideias e muitos amigos, a mudança social pode acontecer mesmo com um orçamento pequeno”. Até agora, toda a campanha gastou apensa US$3.500.

As imagens da campanha mostram mulheres bonitas com frases como “eu imagino que você não espera que eu seja médica quando eu crescer”. Apesar de usar a publicidade como forma de materializar o projeto, Rice não a aponta como única culpada. “Culpar a publicidade não nos ajuda. Está agora no poder de cada mulher reconhecer a loucura e dizer ‘Basta’”. No Brasil, o projeto também gerou uma corrente nas redes sociais. As mulheres estão postando fotos de cara limpa e indicando outras pessoas para fazer o mesmo. A brincadeira, contudo, não reforçou o debate como planejado. Com a popularização da corrente, o motivo principal – combater os padrões de beleza quase impossíveis de se alcançar – acabou ficando pra trás. A maioria das postagens não usa o nome da campanha, não identifica de onde veio a ideia e ainda cria uma regra de que, se a desafiada não postas a foto, terá de pagar R$100 para a desafiadora. Contudo, a hashtag #stopthebeautymadness já apareceu 8593 no Instagram até o fechamento dessa matéria.

A jornalista Jhenifer Pollet diz não gostar de participar de correntes e movimentos em redes sociais, mas abriu uma exceção para esse projeto. “Tenho baixa autoestima e um projeto como o #semmake é algo que faz com que eu reflita acerca do que tenho pensado sobre eu mesma diante do mundo ou depois de ler a Vogue, por exemplo.”

Confira um trecho do texto postado na página pessoal de Jhenifer:

“Com o tempo descobri que o batom vermelho, o delineador estilo gatinho e boas camadas de rímel – que máscara para cílios o quê… – poderiam ser e são meus melhores amigos. Mas descobri também, que por trás disso tudo, dessa “personagem” que eu criei para me esconder e tentar mostrar uma versão mais confiante de mim, há uma garota que é tão forte quanto a que tem os lábios avermelhados. Além disso, ela pouco se lixa se perna grossa e minissaia não combinam. Ela sabe que gostar de moda não necessariamente quer dizer seguir o que as revistas falam – até porque, convenhamos, vivemos em um mundo capitalista e queremos vender, comprar, consumir. A moda vai muito além do que é veiculado pela mídia.”

Confira as imagens da campanha:

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