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Suas informações estão seguras na internet?

Texto: Mariana Rosa (mari.rosa.90@gmail.com)

Arte: Fernanda Struecker (fe.struecker@gmail.com)

A recente revelação do esquema de espionagem do governo dos Estados Unidos chamou a atenção para o risco de exposição das nossas atividades no ambiente virtual. Diariamente, publicamos informações em fóruns e grupos de discussão, trocamos mensagens pessoais e fornecemos dados confidenciais a alguns sites. Quais são as garantias da nossa privacidade e segurança na internet?

“Tudo o que publicamos na internet está disponível. É a mesma coisa que publicar informações em um livro, revista ou jornal”, lembra o especialista em direito civil Luiz Otávio Pimentel sobre o uso de páginas pessoais (como blogs, perfis em redes sociais, etc) e fóruns de discussão abertos.

No caso das mensagens privadas, como e-mails, o risco de exposição das informações varia de acordo com a política de privacidade prevista pelos termos de uso de cada empresa – aquele texto que muitos ignoram no momento de criar a conta. “Temos que mudar nossa postura. Se aceitamos as coisas sem ler, estamos assumindo o risco”, alerta Pimentel.

Ainda não conhece a política de privacidade dos servidores que utiliza? Confira na lista abaixo:

Gmail 

Yahoo

Hotmail (Microsoft) 

Facebook 

Twitter 

A maior parte das empresas que oferecem esses serviços não se compromete completamente com o sigilo das informações. No caso do Gmail, por exemplo, que atualizou sua política em junho, as informações podem ser compartilhadas com empresas, organizações ou indivíduos externos ao Google sempre que for considerado que a divulgação das informações seja necessária para cumprir “qualquer legislação, regulamentação, processo legal ou solicitação governamental”.

Segundo a legislação brasileira, a quebra de sigilo só pode ocorrer mediante autorização judicial, devido a alguma investigação. Mas a partir do momento que utilizamos empresas internacionais, nossos dados ficam sujeitos às políticas e legislações de privacidade dos respectivos países – no caso do Google, os Estados Unidos.

Na avaliação de Pimentel, o uso de empresas nacionais que sigam a legislação brasileira  – como proposto pelo marco civil da internet em discussão no Congresso Nacional – seria uma das medidas necessárias para garantir o direito à privacidade.

Os riscos da exposição na internet

“A privacidade existe legalmente, mas na realidade ela é muito vulnerável”, adverte o professor do Departamento de Informática e Estatística da UFSC Carlos Westphall. O uso da computação em nuvem, que permite que os dados armazenados sejam acessados de qualquer lugar do mundo, é um dos fatores que aumenta a exposição de nossas informações a terceiros.

Westphall explica que mesmo as informações que passam por criptografia (como senhas de contas pessoais, mensagens privadas, etc), podem ser desvendadas por softwares de rastreamento instalados por hackers. “Em todos os níveis, temos cada vez menos privacidade e estamos mais inseguros”.

Alguns hábitos podem diminuir os riscos de acesso àquelas informações que não queremos que se tornem públicas. Confira algumas dicas no infográfico abaixo:

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