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Projeto de extensão da UFSC mostra a realidade de povos indígenas

Reportagem por Rubens Lopes 

O projeto de pesquisa e extensão “Formação de jovens: um caminho II”, coordenado pela professora Beatriz Paiva, do curso de Serviço Social da UFSC, enfatiza o uso de novas tecnologias com foco no audiovisual e se estendeu para cinco aldeias Guarani de Santa Catarina: Aldeia Piraí, Aldeia Maciambu, Aldeia Amaral, Aldeia Imaruí e Aldeia Conquista. A proposta é formar jovens das comunidades para a produção de acervo fotográfico e documentários. Durante as oficinas, eles puderam produzir uma exposição fotográfica com um total de 120 fotos, vinte de cada aldeia (incluindo a aldeia do Morro dos Cavalos), com molduras feitas com artesanato tradicional, e também um documentário sobre um tema escolhido pelos jovens. Os documentários e as fotos estão disponíveis no portal do IELA na página “Indígena Digital”.

A proposta é que os indígenas se apropriem das novas tecnologias produzindo materiais que fortaleçam sua cultura. O projeto, em conjunto com o Ministério das Comunicações e a Universidade Federal de Santa Catarina, prevê em seu edital que os equipamentos fiquem nas aldeias para que os jovens possam continuar sua formação. Existem exemplos de jovens que se formaram e continuam trabalhando com audiovisual. Elieser Antunes, guarani da aldeia Morro dos Cavalos, formado na etapa I do projeto, trabalha como editor e faz trabalhos para a escola da aldeia e para professores indígenas. Aládio Mariano, da mesma aldeia, é fotógrafo e fez a cobertura do Encontro Nacional de Estudantes Indígenas que aconteceu esse ano na UFSC. O aprendizado para os povos indígenas é coletivo e, diferente das nossas escolas onde ninguém pode ajudar o outro a fazer a prova, eles fazem a “prova” juntos porque acreditam que mais cabeças pensam melhor que uma. Nos trabalhos, eles têm retratado sua realidade e sua cosmovisão.

Essa experiência de inclusão digital em Santa Catarina levou o grupo a propor um passo mais ousado, que culminou com a construção de um novo projeto – semelhante ao vivido no estado – para todo o Brasil. Assim, nasceu o projeto de Inclusão Digital Indígena Nacional, que pretende formar jovens e adultos indígenas no uso das Tecnologias de Informação e Comunicação, principalmente aquelas voltadas para produção, edição e veiculação de audiovisual.

Essa terceira fase do trabalho começou em fevereiro de 2015 e está sendo feita em parceria com a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), suas representações locais (Arpinsul, ArpinPan, ArpinSudeste, CGY, COIAB, APOINME, Aty Guassu), Universidades Federais ou Institutos Federais de cada região e a Fundação Nacional do Índio. Ao todo, são cinco cidades do país: Manaus, Curitiba, Paraná, Pernambuco e Distrito Federal. Todas essas comunidades receberão capacitação em audiovisual, fotografia, produção e edição de vídeos, com a veiculação virtual e material dos conteúdos produzidos, nos mesmos moldes do trabalho que foi realizado em Santa Catarina.

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