O povo se levanta contra o racismo e a violência
Reportagem de Rodrigo Barbosa (Florianópolis) e Marcus Honorato (Joinville)
Na tarde deste domingo (7), um ato antirracista fez centenas de pessoas irem às ruas em Florianópolis. A marcha durou cerca de três horas e passou pelas principais vias do centro da capital catarinense, como as avenidas Paulo Fontes e Hercílio Luz.
Os manifestantes protestavam contra o racismo e a violência policial nas comunidades periféricas. Além disso, exigiam a implementação de políticas públicas nessas comunidades, sobretudo no combate à pandemia do coronavírus. O governo do presidente Jair Bolsonaro foi alvo de críticas durante todo o trajeto.
Um dos grandes momentos do ato foi quando a marcha parou em frente ao Morro do Mocotó, na rua Silva Jardim. No local, desde o dia 4 de maio, há cruzes que simbolizam os jovens mortos em operações policiais no Mocotó. Moradores da comunidade se uniram ao ato neste momento.
A manifestação se encerrou na Catedral Metropolitana por volta das 18h. Alvo de críticas, a Polícia Militar acompanhou a marcha durante todo o trajeto, mas não foram registrados quaisquer tipo de confrontos. De acordo com os organizadores, cerca de mil pessoas estiveram nas ruas hoje.
Na quarta-feira (3), em Joinville, também foi realizado um ato antirracista, com número limitado de pessoas por conta da Covid-19. Cerca de 50 manifestantes andaram debaixo de chuva pelas ruas do centro da cidade, exigindo justiça pelas vidas de jovens negros assassinados pela violência policial.
Gritos foram repetidos como “eu não consigo respirar” e “vidas negras importam”, como forma de protesto contra o genocídio do povo negro.