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Grupos de leitura: conheça alguns incentivos na Capital

Texto e arte: Natália Duane de Souza (nataliaduanedesouza@gmail.com)

Quantos livros você leu nesse semestre? Se for estudante, provavelmente muitos. Então, reformulando a pergunta: quantos livros de literatura você leu neste ano? As respostas podem variar por vários motivos, do gosto pessoal, preferência por outras atividades ou falta de tempo.

Para a pesquisadora da UFSC e coordenadora do Literalise – grupo de pesquisa em literatura infantil e juvenil -, Eliane Debus,  as pessoas têm menos tempo de ler. Na disciplina que ministra os alunos  lêem literatura infantil porque é um requisito da matéria, segundo a professora. A própria pesquisadora, que é professora efetiva da universidade há três anos, admite que só conseguiu ir a um dos encontros do Círculo Literário – grupo de leitura mediado pelo escritor catarinense Alcides Buss. “Acabamos nos envolvendo tanto em outras atividades que acabamos deixando de lado essas leituras.”

A preferência pela  televisão ou o computador, em vez de exemplares impressos, é outra explicação. Segundo a professora da Unisul, Chirley Domingues. “Todos temos 24h, por que uns conseguem ler e outros não? Vai do gosto da pessoa”.  Segundo ambas pesquisadoras, é atribuida a leitura um processo humanizador: é possível conhecer outras culturas e outras pessoas através das letras.

GRUPOS DE LEITURA

E é a preferência pelo papel e por uma boa história que leva leitores a buscarem grupos para compartilhar o que leêm, sugerir outras obras e ter uma boa conversa. Na UFSC, em Florianópolis,   todo mês tem um encontro do Circulo de Leitura, na Biblioteca Universitária. Com duração de duas horas, quem participa pode comentar o que leu antes de um bate-papo com o escritor convidado.

Louviral Francisco participa dos Círculo e diz que falta de tempo não é um motivo para  deixar de ler. “Eu sempre saía querendo mais”. Então, foi buscar mais em uma rede social para leitores, o skoob. Alguns encontros foram marcados através desta ferramenta, mas se tornaram mais frequentes quando o grupo “Leitores em Floripa” migrou para o facebook. Hoje, a página conta com aproximadamente 190 membros.

Priscila Oliveira, aluna de jornalismo, diz que costumava fazer posts no facebook sobre os livros que lia. Através do convite de uma amiga, entrou no grupo e já foi em alguns encontros. “As pessoas nem se conhecem e acabam se identificando muito através da leitura”. Para Lourival, um dos administradores da página, o grupo é uma atividade social. “Conhecemos gente diferente e fazemos amizade”.

BIBLIOTECAS

Outro projeto importante para o estímulo a leitura é o Barca dos Livros, biblioteca comunitária na Lagoa da Conceição. O grupo Amantes da Leitura se reunia em cafés, onde liam os livros em voz alta, desde 2003. Foi só em 2007 que o grupo se estabeleceu e começou organizar o acervo, que hoje tem mais de 11 mil títulos. Além das Quintas literárias, onde é feita a leitura em grupo de uma obra selecionada, voluntários ajudam na realização de saraus com autores, oficinas e horas do conto, onde alunos de  escolas da cidade vem até a biblioteca.

Tania Piancetini, coordenadora da Barca, diz que vai da vontade dos funcionários das bibliotecas criar esses tipos de atividades para “seduzir” os leitores.  Também é necessário ter profissionais aptos a organizar esses eventos e alguém de fora se interessar. Segundo a coordenadora do Literalise, apesar das bibliotecas escolares serem abertas a comunidade escolar – pais e irmãos dos estudantes – poucas pessoas sabem que podem usufruir daquele espaço. Na opinião da pesquisadora, o ideal seria que cada escola formasse seu circulo de leitura. “Se as pessoas tem os livros ao seu alcance, elas lêem”.

Tentando colocar mais livros ao alcance das pessoas, o Floripa Letrada, projeto da Prefeitura Municipal, disponibiliza livros aos usuários do transporte coletivo da capital. Três vezes semana, as sete estantes do TICEN são abastecidas com livros técnicos, didáticos e de literatura. Segundo a atual coordenadora do projeto, a socióloga Rosania Tomaz,  os trajetos se tornaram ainda mais longos com os terminais de integração. “Queremos dar algum prazer ao usuário do transporte, encurtando essa distância.”

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One thought on “Grupos de leitura: conheça alguns incentivos na Capital

  • Que bom ver tanta gente se mobilizando pela leitura! Bom ver também que nesses grupos muitos divulgam e prestigiam a literatura feita por catarinenses e residentes aqui!!

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