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Curta bilíngue aborda cultura surda

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Texto e fotos: Luiza Kons (lupkons@gmail.com)

A claquete é posicionada. O diretor Sérgio Melo grita “ação” e a atriz, de grandes olhos azuis tenta intercalar sua fala em português com a Língua Brasileira de Sinais (libras). Melo pede que a cena seja interrompida: o intérprete de libras que acompanha a gravação argumenta que a garota de grandes olhos azuis não executou o sinal corretamente. Esse é um dos desafios vivenciados na produção de Crisálida, curta-metragem catarinense que será uma produção bilíngue intercalando português e libras.

O roteiro e a produção executiva são de Alessandra Rosa Pinho, estudante de Letras Libras na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e que trabalha há mais de 15 anos com produção audiovisual para televisão. A ideia é produzir um curta que possa servir de divulgação para venda de uma série de televisão, com o mesmo nome. A intenção é divulgar a Libras e a importância dessa linguagem para os surdos.

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Alessandra está envolvida no projeto há mais de um ano. O trabalho só é possível por receber a ajuda de voluntários  “alguns atores são alunos de letras libras e tenho várias parcerias de profissionais, produtoras, locadoras de equipamentos, e entidades que estão ajudando inclusive a UFSC”. Ela também destaca que existem muitos materiais educativos que envolvem a cultura surda, mas que faltam produtos de entretenimento voltados para o público surdo.

“Existem cenas só com personagens surdos, e outras com ouvintes e surdos, mas o tempo inteiro vai ser entendido pelos dois públicos’’ de acordo  com a roteirista não existe nenhum produto audiovisual feito dessa forma em Santa Catarina.

Crisálida conta a história de Rubens, um garoto surdo de 11 anos (que também é interpretado por um ator surdo), que tem seu universo de pré-adolescente repleto de dificuldades e que é modificado ao conhecer a cultura surda e a Libras.

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