Reportagens

A realidade dos imigrantes na Ilha de Santa Catarina

Texto e fotografia por Geovane da Silva Pereira (pereira.geovane.gp@gmail.com)

 

Erbe João Batista, 25 anos, trabalha numa barraca de água de coco na Beira Mar, de segunda a sábado.
Erbe João Batista, 25 anos, trabalha numa barraca de água de coco na Beira Mar, de segunda a sábado.

 

Um dos grandes problemas mundiais hoje é a crise imigratória. Muitas pessoas estão deixando a família, amigos e profissões para fugir de crises políticas e econômicas de seus países. O caso de Erbe João Batista, 25 anos, não é incomum.  Desde 2015, segundo os dados da Polícia Federal, o Haiti já lidera os rankings de chegada de imigrantes ao Brasil, seguido pelos bolivianos. No Brasil, através da PF, os haitianos conseguem os documentos com maior facilidade por não serem considerados refugiados.

 

Filho de pais divorciados, Erbe está no Brasil há sete meses. Deixou Porto Príncipe, capital haitiana, em busca de oportunidades reais de ganhos financeiros em Santa Catarina. “Eu quero dinheiro para ajudar minha mãe lá no Haiti, porque ela é uma mulher muito pobre”, sempre disposto a lembrar a motivação que faz com que seus esforços no Brasil tenham sentido. Lá ele trabalhava como auxiliar de jardinagem e de construção civil, mas não consegue enxergar esperança no caminho que seu país está seguindo. O caso de Erbe é o reflexo da história de muitas outras pessoas, principalmente haitianos, que deixam suas profissões no país de origem para financiar suas famílias. Erbe trancou a faculdade de Filosofia para se dedicar ao trabalho no Brasil. Poliglota, espera voltar o mais rápido possível ao Haiti para buscar a documentação necessária e continuar os estudos em Florianópolis.

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