Crianças de São José aprendem a jogar futebol americano na Escolinha dos Istepôs
Texto e imagens: Larissa Gaspar (larissa.gasparcp@gmail.com)
É sábado de manhã e o garoto vestido com as cores da bandeira do Brasil, meião e chuteira, está jogando com os colegas no campo atrás do Colégio Francisco Machado, no bairro Forquilhinha, em São José. Com suor escorrendo do rosto, Sérgio dá um pontapé na bola e atravessa o gramado correndo para buscá-la, seguido por dois amigos. A bola que desaparece no céu, no entanto, não é redonda. É oval. E a brincadeira não é uma simples “pelada” de final de semana. É um treino de futebol americano.
Desde o começo de maio, os treinos fazem parte da rotina de Sérgio e de outros cinco meninos que participam do projeto social coordenado pela equipe de futebol americano Istepôs, em parceria com a Fundação Municipal de Esporte e Lazer (FMEL) de São José. Todos os sábados, das 10h às 12h, são oferecidas aulas gratuitas da modalidade às crianças entre sete e 15 anos da região.
O projeto tem dois objetivos principais: divulgação da modalidade e formação de novos atletas. Por ser um esporte muito democrático, que aceita os mais variados tipos físicos e desenvolve lideranças, o futebol americano quando praticado desde cedo contribui para o desenvolvimento tanto físico quanto social das crianças.
De acordo com Luckas Frigo, um dos treinadores e atleta dos Istepôs desde 2007, o projeto das escolinha era uma ideia antiga da equipe, mas não havia recurso suficiente para ser realizada. “Esse ano, através da lei de incentivo ao esporte e alguns patrocinadores, conseguimos tirar a ideia do papel.”
O presidente dos Istepôs, João Crema, explica que o treinamento é sem contato físico entre os alunos, que aprendem as técnicas das diferentes posições do futebol americano. Todo treino conta com vários exercícios diferentes que vão desde correr, passar, receber e chutar a bola.
Para a superintendente da FMEL, Andrea Grando, o projeto social dos Istepôs foi selecionado por atender critérios de visibilidade e organização, com investimento de cerca de 40 mil reais por ano. “Por ser uma modalidade diferente, havia intenção de incentivar. A NFL (National Football League) está crescendo no Brasil, e isso é bom porque temos um modelo bem sucedido dentro de casa”, explica. O campo do colégio foi recentemente reformado, com nova camada de barro e grama.
Nos treinos as crianças aprendem conceitos básicos do futebol americano e um pouco de cada posição. Alguns dos atletas com mais experiência no esporte se revezam liderando cada treino. São dois ou três atletas por encontro. As crianças estão motivadas, e a cada encontro aparece mais um colega. “Eu adoro!”, resume Diego, que comparece aos treinos acompanhado de Sérgio, seu irmão mais velho.
Istepôs
Os Istepôs treinam desde 2005 em São José e hoje, contam com atletas que fazem parte da seleção catarinense sub 20 e na seleção brasileira que se prepara para disputar a copa mundial. A associação tem como finalidade promover a difusão do futebol americano, além da integração entre os associados.
A partida
No futebol americano, com 11 jogadores em campo, o time deve somar o máximo de pontos possível. A jogada mais valiosa é o famoso touchdown, que vale seis pontos e o direito de um chute ao gol valendo um ponto ou uma nova corrida valendo dois pontos.
O único caso em que a equipe pode pontuar sem a posse da bola é quando derruba o adversário com a bola em sua própria endzone (fundo do campo). Os 60 minutos de jogo são divididos em dois tempos que possuem um intervalo cada. Ou seja, o jogo é jogado em quartos de 15 minutos.
Os equipamentos utilizados pelos jogadores são ainda relativamente caros. Mas, para ajudar os iniciantes, a equipe tem alguns kits que empresta durante os treinos. Com o tempo, o atleta conquista o seu próprio material e ajuda os outros interessados
Confira as fotos do treino:
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