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Sepex aposta em campeonatos inusitados para atrair jovens para a ciência

Atualmente no Brasil existem cerca de 40 mil pesquisas científicas em andamento. O país injeta na área cerca de 59 bilhões por ano e é de longe o que mais investe em pesquisas científicas da América do Sul (a Argentina, segunda colocada da lista, tem apenas 9 mil estudos em andamento). No entanto, ainda perde para os outros países em número geral de pesquisadores. Então, a pergunta que fica é essa: como incentivar os adolescentes, prováveis futuros pesquisadores, a se engajar na ciência? A resposta da 13ª Semana de Pesquisa, Projeto e Extensão da UFSC foi um tanto inusitada: campeonatos de treliça de macarrão e aviões de papel.

As disputas, que já aconteciam como campeonatos dentro de cursos específicos, passaram a fazer parte da Sepex com a intenção de integrar experiências simples à formação científica. As 40 mil pessoas que devem visitar uma das maiores feiras de divulgação científica de Santa Catarina poderão presenciar experiências que beiram a brincadeira, mas estimulam o interesse pela ciência e qualidades como trabalho em grupo e capacidade de resolver problemas. Isto condiz com o tema da semana: Ciência e Tecnologia e Desenvolvimento Social, ou seja, contato com atividades científicas e tecnológicas que influenciam direta ou indiretamente a vida das pessoas.

A competição de treliças de macarrão já é uma prática realizada em outras universidades, e chegou à Sepex a partir do curso de Arquitetura, onde a atividade faz parte da disciplina de Experimentação II. A disputa consiste em montar estruturas formadas por barras interligadas, que fazem parte de eixos de sustentação de pontes e coberturas de ginásios, em tamanho reduzido e com fios de macarrão tipo spaghetti. Esses objetos, que devem pesar no máximo 600 gramas e são montados em equipes de até três alunos,  podem ser construídos com cola ou fita, que, no entanto, devem ser retiradas depois que a treliça ficar pronta. O responsável por implantar a atividade na Arquitetura foi o professor João Carlos Souza, que acredita na capacidade da brincadeira para auxiliar seus alunos a resolver problemas lógicos e melhorar o raciocínio, além de desenvolver o trabalho em equipe.

A disputa com aviões de papel foi criada por professores de Engenharia de Mobilidade do campus de Joinville da UFSC, onde já aconteceu três vezes. Durante a atividade, os participantes vão receber três folhas de papel A4, com as quais devem construir aviões de papel. O lançamento vai ser acompanhado por fiscais; vence quem conseguir chegar mais longe. A ideia é motivar questionamentos sobre como este ou aquele avião voou mais que os outros e, com a brincadeira que fez parte da infância de tanta gente, fazer aumentar o interesse pelo campo da Engenharia Aeronáutica, que existe em 11 universidades do país e atualmente forma apenas metade do número de profissionais de que o mercado precisa.

Serviço Sepex

A 13ª Semana de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFSC (SEPEX), começa nesta quarta-feira (29) e vai até o dia 1º para promover os trabalhos de pesquisa e produção científica em áreas que variam de comunicação e cultura à tecnologia e saúde. Serão montados, em frente à reitoria do campus da Trindade, 129 estandes para expôr os trabalhos e promover palestras e minicursos abertos à comunidade. Também estão programadas algumas apresentações artístico-culturais. De acordo com estimativas da universidade, cerca de 40 mil pessoas devem visitar a feira, que desde 2009 ocorre junto à Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, promovida pelo Governo Federal.

O campeonato de aviões de papel será realizado no dia 24 de outubro, no piso superior do Centro de Eventos.

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