Reitora assina termo de compromisso depois da audiência pública
Após a audiência pública de ontem no Centro de Eventos, a reitora Roselane Neckel assumiu o compromisso de comunicar ao Ministério Público o que aconteceu na UFSC e apurar a responsabilidade dos envolvidos na ação da Polícia Federal.
TERMO DE COMPROMISSO
A Reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina, reafirmando nosso total repúdio à ação violenta e descabida vivida pela UFSC, compromete-se a encaminhar o acordo firmado na Audiência Pública realizada em 26 de março de 2014 no Centro de Cultura e Eventos que consiste em:
1. Encaminhar, em caráter de urgência, ao Ministério Público de Santa Catarina comunicação sobre as ocorrências na UFSC que feriram os direitos constitucionais da Universidade e de seus estudantes, e que diante dessa situação, solicitar que seja retirado o item referente às ações policiais, reafirmando que nenhuma ação policial poderá ser feita nos campi da UFSC sem autorização prévia e formal da autoridade máxima da instituição, condição que já constava no termo atual e foi desrespeitada;
2. Tomar as medidas administrativas e legais cabíveis para apurar as responsabilidades de todos os envolvidos na ação da Polícia Federal no Bosque do CFH;
3. Encaminhar ao Ministério da Educação, Ministério da Justiça e a Secretaria dos Direitos Humanos relatório circunstanciado para que sejam apurados os excessos ocorridos na UFSC;
4. Estabelecer um calendário para discussão com a Comunidade e a definição de uma política de segurança na UFSC;
5. Executar o anteprojeto de iluminação entregue hoje no final da Audiência;
6. Defender os direitos constitucionais da UFSC e dos seus alunos;
7. Resguardar e reafirmar a autonomia universitária.
PROF. ª ROSELANE NECKEL
Assembleia geral e audiência pública discutiram o episódio do bosque do CFH
A quarta-feira foi marcada por movimentação dos estudantes pedindo que medidas fossem tomadas em reação ao confronto com a polícia na tarde anterior. Os alunos tomaram o prédio na reitoria no fim do dia da terça-feira, exigindo que a reitora Roselane Neckel revogue o documento que permite a atuação policial na universidade.
Pela manhã foi realizada uma assembleia geral para definir as pautas do movimento que se auto-intitula “Levante do Bosque”. A reunião começou com o depoimento do primeiro estudante a ser preso na ação da Polícia Federal. Alunos, professores e inclusive pessoas de fora da UFSC puderam participar propondo pautas de reivindicações. As principais exigências são a proibição da Polícia Militar no campus e um novo projeto de iluminação para aumentar a segurança na universidade.
Uma audiência pública aconteceu à tarde no Centro de Eventos da UFSC. Antes que começasse, os estudantes presentes protestaram contra a presença de veículos de notícia gritando “mídia fascista”. Os repórteres e cinegrafistas tiveram que deixar o auditório.
A reitora alegou que não havia autorizado a operação de repressão e nem sido avisada de que aconteceria. Neckel contou que ligou para ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvati, em Brasília, para que esta pedisse uma intervenção do Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Entretanto ninguém conseguiu negociar com o delegado da Polícia Federal Paulo Cassiano Junior.
A sessão contou com o depoimento do diretor do CFH Paulo Machado, que participou do confronto tentando negociar com a polícia e foi vítima da ação truculenta dos agentes. Também falou o representante do Comando Local de Greve dos Técnicos-Administrativos em Educação(TAEs), que apoiou o movimento estudantil e fizeram uma moção de repúdio ao episódio.