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Projeto social oferece aulas gratuitas de dança

Texto, vídeo e fotos: Samantha Sant’Ana (sasantana23@gmail.com)

Se você já remexeu o corpo ao escutar algum sucesso do cantor Sean Paul, então você já dançou ragga dancehall. Ragg… O quê? Exatamente isso. O raggamuffin, comercialmente conhecido como ragga, é um estilo musical derivado do reggae que recebeu influências do hip-hop e da música eletrônica em meados dos anos 80. Aplicado ao ragga está o dancehall – como são chamadas as danças populares da Jamaica: “É um estilo livre de rua, não é uma apresentação que você vai ver em um teatro ou um show, é como dançar em um bairro ou na balada”, afirma a professora de dança, Nadia de Marco.

Em Florianópolis, no Centro Comunitário do bairro Capoeiras, aulas de ragga dancehall são oferecidas gratuitamente há pouco mais de um mês. A iniciativa é do Grupo Artístico Teatral Talento & Arte (Gratta) – que existe há 18 anos. Nadia explica que as aulas são direcionadas a crianças a partir dos 12 anos, no entanto, algumas mais novas também se empolgaram em participar.

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Todas as atividades são desenvolvidas por voluntários. Além do ragga, há oficinas de teatro, dança infantil, cover infantil, estilo livre (Grupo Impacto) e vogue. Lembrou da música “Vogue” da cantora Madonna? Não é mera coincidência.

O vogue é uma dança LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) que combina movimentos e posições típicas de modelo. Não por acaso, o nome foi inspirado na revista de mesmo título.  Ele surgiu na cidade de Nova York, nos Estados Unidos, e se popularizou na década de 80, com as diversas batalhas de dança em boates, mais conhecidas como Ballrooms ou Balls.

O professor de dança, Ednei Leandro de Brito, explica que existem várias vertentes do vogue, caracterizadas pela variação de movimentos. “O vogue é uma dança LGBT onde você pode ser o que quiser”, destaca.

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Renata Santos participa do Gratta desde que tinha 14 anos e se tornou além de professora de dança infantil, uma das coordenadoras. Apesar do tempo de existência, a atividade não tem patrocínio ou auxílio financeiro regular. Ela também aponta dificuldade em inscrever o projeto em editais, “A maioria é direcionado a atividades com um tempo limite de duração e não a uma ação contínua”.

Assim, o grupo precisa organizar bazares, venda de rifas ou apresentações artísticas por preços simbólicos para se manter. “Eu sou a prova viva de que o projeto muda a vida de uma pessoa, nosso objetivo é educar através da arte”, destaca Renata.

O Gratta é um dos grupos artísticos que irá se apresentar no Santa Catarina Dança, que ocorre no Centro Integrado de Cultura (CIC) de 28 de setembro a 02 de outubro.

As aulas de ragga dancehall ocorrem aos sábados, das 11h às 12h e as de vogue, das 11 às 12h15. Ambas ainda estão com as inscrições abertas.

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