Políticas de permanência da UFSC não acompanham o aumento da cesta básica
Texto: Ana Cristina Peron (anacristina.peron@gmail.com), José Djalma Júnior (j.djalma.jr@gmail.com) e Priscila Oliveira dos Anjos (priscila.oliveira.dos.anjos@gmail.com)
Edição: Mariana Moreira (rmoreira.mariana@gmail.com)
Foto de capa: Valor Econômico
O acréscimo de R$ 35 da bolsa permanência da UFSC não foi suficiente para acompanhar o aumento de R$ 53,50 da cesta básica no último ano. De acordo com dados do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômico), os produtos que mais encareceram foram farinha, batata, tomate e feijão. Os 13 itens da cesta representam 63% do valor do auxílio recebido pelos estudantes.
Em abril de 2013 a bolsa permanência passou de R$ 457 para R$ 492. O reajuste equivale a 7% e representa a correção monetária do índice da inflação sofrida durante o período entre novembro de 2011 e fevereiro de 2013.Porém, o reajuste não acompanhou o preço da cesta básica que subiu 7,52% entre os meses de março e abril deste ano, e o custo de vida em Florianópolis, que aumentou 6,55% em 2012.
A estudante do curso de Farmácia da UFSC, Tatiane Barbosa, é de São Lourenço do Oeste (SC) e mora há dez meses em Florianópolis. Recebe a bolsa permanência de R$ 492 e o auxílio moradia de R$ 200. Mora em uma pensão no bairro Trindade e paga R$ 450 de aluguel. Os gastos com a alimentação não estão inclusos no valor da pensão. Para a estudante, o valor dos auxílios não é suficiente para mantê-la na capital e seus pais precisam custear o restante das despesas. Em suas últimas compras no supermercado, Tatiana percebeu, por exemplo, que o preço da dúzia de ovos aumentou cerca de R$ 2.
Entre os meses de março e abril, a cesta básica aumentou 0,52% a mais do que a bolsa permanência da Universidade. Os produtos que mais encareceram foram a farinha (aumento de 7,88%), a banana (4,60%), o leite (4,14%) e a batata (3,64%). “A variação no preço de alguns produtos da cesta básica é normal, pois estão no período de entressafra”, explica o economista João Sanson. Outros produtos tiveram seus preços reduzidos, como é o caso do açúcar (-3,96%), da carne (-2,6%) e do óleo (-1,9%).
A bolsa permanência é um benefício cedido pela UFSC aos estudantes que apresentam vulnerabilidade econômica e necessitam de ajuda financeira para moradia, alimentação e para manter os estudos na universidade. No dia 22 de março deste ano, em audiência pública entre a Administração Central e o Diretório Central dos Estudantes (DCE), ficou definido que em março de cada ano a Bolsa Permanência sofrerá alteração de acordo com a variação acumulada do INPC do ano anterior.
O Pró-Reitor de Assuntos Estudantis, Lauro Mattei, explica que “ a Bolsa Permanência é um benefício, o qual não está atrelado a variações dos demais preços monetários, especialmente o preço-salário.”
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