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Na Armação, Ponto de Cultura Baleeira promove integração na comunidade

Texto e vídeo: Luize Ribas (luizeribas@gmail.com)

  Em uma casa que lembra a tradicional arquitetura açoriana – branca com portas e janelas azuis -, na rodovia do Sul da Ilha, Francisco Thomaz dos Santos, em frente ao trevo da Armação, fica o Ponto de Cultura Baleeira, um local que promove e abriga diversas formas e atividades culturais, como renda de bilro, tecelagem e cineclubismo. Criado em 2010, o Baleeira se mantém através de doações, editais públicos para projetos e trabalhos voluntários.

  Trabalham lá cerca de 40 pessoas, dando oficinas e administrando os projetos. Márcia Izzo e Francisco Rocha são os coordenadores do projeto e os mais presentes no cotidiano do local, contam que o Baleeira foi feito “á muitas mãos” e que muitas pessoas também contribuem para que ele aconteça. O nome é inspirado nas embarcações populares que transportam os pescadores de forma ágil e segura para diversos lugares em alto mar para buscar seu sustento. “O ponto é uma baleeira cultural”, explica Márcia.

   A criação desses pontos são uma das políticas que o Ministério da Cultura  (MinC) utiliza para estimular o desenvolvimento, através de grupos da sociedade civil, de atividades culturais em todo território nacional. Entre 2004 e 2013, o MinC, junto com estados e municípios parceiros, destinou recursos para criação e manutenção de mais de 3600 Pontos de Cultura, um investimento de cerca R$ 500 milhões de reais, de acordo com dados do Ministério. A Lei da Cultura Viva, número 13018, sancionada em julho deste ano, considera esses locais um dos principais instrumentos para sua aplicação. Um dos objetivos da lei é garantir que a cultura seja reconhecida como um direito de cidadania.

  Além do Ponto Cultural, também há os projetos 7 Criativo e Terra Vista – os três são administrados e organizados pelo Instituto 3 Vermelho. O 7 Criativo, em vigor desde 2013 e feito em parceria com a Fundação Cultural Palmares, engloba sete ações culturais espalhadas pela cidade: renda de bilro, boi-de-mamão, cineclubismo, produção audiovisual, tecelagem, dança de matriz africana e capoeira angola. São oferecidas oficinas, capacitações e espetáculos dessas atividades de forma gratuita e aberta à comunidade em lugares como a Universidade Federal de Santa Catarina, Barra da Lagoa, Morro das Pedras, Rio Vermelho, Costa de Dentro e no próprio Baleeira. “A ideia do 7 Criativo foi viabilizada através de uma chamada pública em 2012 do Ministério da Cultura, para fomentar atividades culturais que já estavam acontecendo e consolidadas na cidade”, explica Francisco.

   O Ponto Cultural tem o diferencial de ser contínuo e trabalha também com cineclubismo, tecelagem manual, capoeira angola, renda de bilro e produção audiovisual. Apesar de serem as mesmas atividades do outro projeto, têm focos diferentes. O cineclubismo, por exemplo, é exibido na comunidade, enquanto o 7 Criativo tem o intuito de profissionalizar educadores de escolas públicas para que eles também possam implantara as atividades nas instituições em que trabalham.

   A proposta do Terra Vista é mapear a construção e os construtores de embarcações tradicionais em comunidades ribeirinhas na baía do Camamu, no Sul da Bahia e também exibir filmes em localidades afastadas dos centros urbanos para promover disseminação cultural. Para isso, em março deste ano, uma equipe com cinco pessoas do Baleeira se deslocou de barco a vela até lá para realizar essas atividades e estudo.

   A equipe do Cotidiano foi visitar o Ponto de Cultura Baleeira no dia em que ocorre a oficina de tecelagem, organizada pelo 7 Criativo, e gravou um vídeo mostrando o local e a opinião de quem participa do projeto. Assista:

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