ArquivoReportagens

Ministério da Saúde lança “Guia Alimentar para a População Brasileira”

Texto e infografia: Marina Gonçalves (marinajulianag@gmail.com)
Foto: Manuela Tecchio

O Ministério da Saúde divulgou no início do mês o Guia Alimentar para a População Brasileira. Essa é uma edição atualizada de um material já publicado em 2006. O objetivo é melhorar os padrões de alimentação e nutrição e contribuir para a promoção de um estilo de vida mais saudável e que se adapte aos hábitos do brasileiro. O Guia aponta como grande preocupação a evolução de doenças agudas para uma condição crônica e o aumento da obesidade no Brasil, especialmente entre os mais jovens.

O projeto divide a alimentação em quatro grupos definidos de acordo com o tipo de processamento empregado na sua produção: alimentos in-natura, extraídos de alimentos in-natura ou da natureza, processado e ultraprocessado.

O primeiro deve ser a base da alimentação. O grupo engloba frutas, verduras, legumes, ovos e carnes. São os produtos que podem ser encontrados nas feiras e sessões de hortifrutigranjeiro dos supermercados e recomenda-se que ocupem a maior parte do prato.

O segundo grupo engloba os óleos, gorduras, sal e açúcar. Estes devem ser utilizados para temperar pratos, sendo usado em pequenas quantidades, apenas para deixar a refeição mais saborosa.

Os processados são produtos derivados diretamente de alimentos e são reconhecidos como versões dos alimentos originais, como frutas e verduras em conserva, pães e queijos. Apesar de manterem a identidade básica do alimento, a adição excessiva de açúcares, sal e conservantes altera de modo desfavorável a composição nutricional.

Por último, os ultraprocessados, devem evitados. Eles são formulações industriais feitas majoritariamente de substâncias extraídas de alimentos (óleos, gorduras, açúcar, amido, proteínas), derivadas de constituintes de alimentos (gorduras hidrogenadas, amido modificado) ou sintetizadas em laboratório (corantes, aromatizantes e realçadores de sabor). Chocolates, salgadinhos de pacote, bolachas recheadas, refrigerantes e refeições congeladas entram nessa lista.

O Guia apresenta outras questões que vão além da lista de produtos que devem ou não ser consumidos. Comer com regularidade e na companhia de pessoas agradáveis são dicas que menos tem a ver com o alimento em si, mas com o bem estar proporcionado nas refeições e de que maneira isso afeta o consumidor.

f118f6fbbe08089b3a86ca635bf83ec1fa6ed78e_original

 

A jornalista Francine Lima comanda o canal no youtube Do Campo à Mesa, que desvenda os rótulos de produtos sob o lema ‘você é o que você sabe sobre o que come’. Ela começou a se interessar  na graduação, onde desenvolveu um trabalho de conclusão de curso chamado Comida de Mentirinha e apresentou a tese de mestrado Comunicação na Promoção da alimentação saudável via rótulos: uma análise dos discursos. “A vontade de trabalhar com o tema de forma mais aprofundada e abrangente que na grande mídia a fez criar o canal.”

Vídeo do canal Do Campo à Mesa:

Francine Lima elogia a noção de alimentação saudável que o guia prega, mas faz algumas ressalvas. “Eu acredito que o guia ainda não é uma publicação verdadeiramente de apelo popular, em parte devido à linguagem, que ainda não é tão acessível quanto poderia ser. Creio que outros produtos (de mídia, didáticos e vários outros) direcionados a diferentes públicos poderão ser criados a partir dele. Como os vídeos que venho fazendo, por exemplo.”

O Guia é ilustrado também com possibilidades de pratos para café da manhã, almoço e janta de acordo com os alimentos indicados pelo Ministério da Saúde. O Restaurante Universitário, a feira e as lanchonetes da UFSC fornecem opções de refeição saudável – e por um preço razoável. O prato abaixo foi servido no Restaurante Universitário da UFSC e pode se encaixar nos padrões do Guia, desde que nas proporções corretas:

unnamed (1)
NA UFSC
Em setembro, uma pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC), para a tese de mestrado de Caroline Bandeira, constatou que a média de consumo diário de frutas ou verduras dos estudantes da UFSC  é menor que duas porções por dia. O Cotidiano fez uma enquete com os estudantes e listou possibilidade para melhorar os hábitos alimentares.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.