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Ilha do Arvoredo: reserva ambiental ou parque?

Texto e fotos:  Guilherme Porcher Corrêa (g.porcher@hotmail.com) e Natália Duane (nataliaduane@hotmail.com);

Edição: Natália Pilati (natt.ufsc@gmail.com)

Um debate realizado pelos alunos do curso de Oceanografia da UFSC na semana passada, dia 6 de maio, reuniu professores e pesquisadores da universidade, representantes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e da Comissão do Meio Ambiente da Câmara Municipal de Florianópolis, além de mergulhadores e pescadores, para discutir mais uma vez a recategorização da Reserva Biológica Marinha do Arvoredo como parque nacional.

Localizada entre Florianópolis e Bombinhas, a Reserva Biológica Marinha do Arvoredo abriga 1.400 espécies de animais catalogados, das quais 36 estão ameaçadas de extinção; além de outras tantas não registradas, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Pela importância de sua biodiversidade, a Ilha do Arvoredo foi transformada em reserva em 1990, através de um decreto assinado pelo então presidente José Sarney. A pesca foi proibida nos 17.600 hectares que compõem a reserva, protegendo pelo menos 150 espécies de peixes e a prática de mergulhos e passeios de barco na região só são permitidos mediante autorização do ICMBio – órgão responsável pela fiscalização da área.

Desde então foram três tentativas de mudar a categoria de reserva para parque nacional: um projeto de lei apresentado pelo então deputado federal Vânio dos Santos (PT-SC) em 1997; a reapresentação do projeto de lei pelo deputado Edison Andrino (PMDB-SC) em 2001 e uma nova proposta apresentada pelo deputado federal Espiridião Amin (PP-SC) em 2012.

O argumento sustentado pelos defensores da reclassificação da reserva é de que isso contribuiria com o turismo na Grande Florianópolis, pois a Ilha seria aberta à visitação – ainda que controlada. Para Espiridião Amin (PP-SC), autor do Projeto de Lei 4.198/2012, a mudança também proporcionaria conscientização e envolvimento da comunidade na preservação da região e facilitaria a fiscalização da área.

Em contrapartida, os que se posicionam contra a proposta, como o vereador Afrânio Boppré (PSOL-SC), que apresentou uma moção contra o projeto de lei de Amin, temem que a mudança afete o equilíbrio ecológico do local. Segundo o professor do curso de Biologia Marinha da UFSC, Paulo Horta, “a reprodução e o crescimento de diversas espécies poderiam ser comprometidos com a recategorização da Reserva”.

Assista a trechos de entrevistas com os deputados federais Vânio dos Santos (PT-SC) e Espiridião Amin (PP-SC) e  com o professor do curso de Biologia Marinha da UFSC Paulo Horta:

Fotos do debate realizado pelos alunos do curso de Oceanografia da UFSC:

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Reportagem realizada para disciplina de Redação para Internet.

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