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Entrevista: Pró-reitor fala sobre política de ocupação do campus

Entrevista: Natália Pilati (natt.ufsc@gmail.com)
Foto: Merlim Miriane (merlimmiriane@gmail.com)

A expulsão pela Polícia Militar de um grupo de pessoas que soltava pipa no campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) no domingo, dia 24 de março,  gerou polêmica em redes sociais e um artigo para o site Nota de Rodapé. O Cotidiano foi conversar com o Pró-reitor de Assuntos Estudantis Lauro Francisco Mattei para saber um pouco mais sobre a política de ocupação do campus nos fins de semana.

Sobre a ocupação do campus nos fins de semana
Lauro Francisco Mattei: O campus é um espaço aberto mas tem suas normas de ocupação definidas nas resoluções do Conselho Universitário sobre festas e no edital que regula a reserva de espaços culturais.  O problema é que a situação tem fugido de controle, veja por exemplo essa foto? (Mostra uma imagem maconha apreendida pela Segurança da UFSC).  As pessoas pensam que podem promover eventos sem autorização, sem planejamento e fazer o que bem entender dentro do campus. A UFSC é um espaço público institucionalizado, e por isso o incentivo à ocupação e promoção de eventos culturais tem de seguir uma ordem institucional, independente se o evento acontece durante a semana ou em feriados e fins de semana.

Sobre a realização de festas pelos estudantes
LFM: Estou com um pedido do Diretório Central dos Estudantes (DCE) sobre a minha mesa, eles solicitam total autonomia para promover festas na UFSC. Não há a mínima condição para que isso aconteça. Até porque a resolução do Conselho Universitário (CUn) está acima da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE). Vou te dar um exemplo: no ano passado o curso de Geologia resolveu promover uma festa sem autorização. No meio da noite uma gangue invadiu a festa e assaltou os participantes, levou dois carros e duas pessoas foram sequestradas. Além do Departamento de Segurança, pró-reitores foram chamados porque cabe a nós responder por situações como esta. Se a festa tivesse sido planejada e autorizada, a Segurança do campus estaria avisada e analisaríamos se o efetivo que a UFSC dispõe seria suficiente para garantir o bem-estar desses alunos ou se haveria necessidade de se buscar outros meios.

Sobre a expulsão dos ‘pipeiros’ do campus
LFM: Deu-se grande repercussão para o fato de que a Polícia Militar veio e “expulsou as crianças do campus”,  mas não se tem comentado do por quê do ocorrido. Não se levou em consideração que a universidade é responsável por tudo que ocorre dentro do campus.
O que se tentou fazer foi um festival de pipas não autorizado. Naquele domingo janelas e portas foram quebradas, e as dezenas de pessoas que soltavam pipa puseram suas vidas e a de outras pessoas em risco ao subir no telhado dos prédios do CCE e da Reitoria. A polícia só foi acionada depois de três horas de tentativa de diálogo com o grupo. Se alguém caísse de cima daqueles prédios a responsabilidade seria nossa. A UFSC defende sim a ocupação do espaço da universidade, tanto que promove constantemente eventos culturais, mas a segurança, a ordem e a defesa do patrimônio público tem de ser preservadas.

 

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