Exposição Ex-estranho mostra dificuldades dos migrantes que chegam ao Brasil
Texto e fotos: Maicon Rios (maiconsrios@gmail.com)
A sensação de se estar em um labirinto, onde as únicas informações são dadas por placas em outras línguas. Esse é o sentimento que se tem logo na entrada da exposição Ex-estranho, que segue até o dia cinco de dezembro no Museu Professor Oswaldo Rodrigues Cabral na UFSC. O projeto foi elaborado pelo Grupo Oirã (Grupo de Pesquisa e Extensão em Cooperação Regional da América Latina) e conta com a participação de estudantes do Curso de Relações Internacionais, em parceria com os Cursos de Direito e Museologia.
Levado às escolas do ensino público de Florianópolis em forma de apresentações artísticas, o Grupo busca aproximar o espectador das dificuldades encontradas pelos migrantes – principalmente haitianos – que chegam a Santa Catarina. O número de pessoas desse país que desembarcaram no estado nos últimos anos estimulou a criação do projeto.
A exposição é dividida em três módulos. Na primeira o espectador assiste a um vídeo com relatos de dois estudantes haitianos da UFSC que contam as dificuldades e preconceitos que sofrem diariamente. Juntamente com esses relatos, alunos encenam depoimentos reais de migrantes. A duração é de cerca de cinco minutos.
O segundo módulo tem uma espécie de labirinto. Um corredor escuro que ao fundo mostra imagens reais do Haiti após o terremoto que abalou o país em 2010. Além das imagens o espectador ouve um diálogo em outra língua. A estudante de Relações Internacionais, Andressa Molinari, participante do projeto, conta que a ideia é criar um cenário de desorientação. A mesma sofrida por quem chega a um país desconhecido. Nesse corredor há duas entradas: uma que leva a uma sala escura onde não se encontra nada e outra, um quarto, de características próximas as que abrigam os haitianos que chegam no Brasil.
O terceiro módulo é composto por outra etapa do projeto nas visitas às escolas. Durante três encontros o Grupo mostrou – através de vídeos, fotos e relatos – como é a chegada e a rotina dos migrantes. A partir daí estudantes do 2º e 3º ano do ensino médio elaboraram cartas relatando sobre a experiência. A exposição fica aberta de terça-feira e sexta-feira das 9h às 17h.
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