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Bitcoin: os prós e contras dessa inovadora moeda digital

Texto: Fernanda Struecker (fe.struecker@gmail.com)

Quem costuma fazer compras pela internet já deve ter ouvido falar da bitcoin: a primeira moeda digital descentralizada do mundo. A ideia é baseada em criptografia e foi proposta em 2008 por um programador anônimo sob o pseudônimo de Satoshi Nakamoto. O sistema consiste no uso de um protocolo criptográfico aberto – ou seja, ferramentas criadas em computadores através de problemas matemáticos complexos – que é utilizado como rede de pagamentos.

A principal característica da nova moeda é não ser controlada por um órgão central. Para que isso seja possível, a autorização das transações é realizada pelos “mineradores”. Mineradores são pessoas ou empresas que realizam a decodificação de chaves e é através desse processo que os bitcoins são emitidos. O procedimento é repetitivo: sempre que um usuário realiza uma transação, gera-se uma nova chave pública. O minerador que quebrá-la primeiro recebe, como recompensa, uma determinada quantidade de bitcoins. Quebrar um código de encriptação é uma tarefa bastante complicada e é isso que garante que os bitcoins tenham valor como pagamento. Outro fator de valorização é sua quantidade escassa no mercado, evitando que sua cotação desabe.

O infográfico abaixo mostra como entrar no mercado de bitcoin e como investir de forma mais segura.

infográfico bitcoin reduzido
As vantagens são tanto para os consumidores quanto para as empresas. Como as transferências independem de uma autoridade central, ao invés de utilizar um intermediário que cobre taxas – como o PayPal e PagSeguro ou o cartão de crédito – a nova moeda possibilita que as pessoas paguem diretamente uns aos os outros por bens ou serviços. O processo é realizado anonimamente e o sistema não mantém registros sobre a identidade do usuário, apenas um código de endereçamento, de modo que apenas o proprietário do código possa acessar seu saldo e suas transações. Em contrapartida, o investimento e o uso de moedas digitais possui suas desvantagens. Além de possuir um valor muito instável, a criptomoeda facilita delitos como evasão fiscal e lavagem de dinheiro. Outro problema é que, como não existe registro dos usuários, é muito difícil repor bitcoins em caso de perda ou furto.

Autoridades bancárias de Nova York, EUA, publicaram um memorando em 2013 considerando regularizar o bitcoin e outras moedas virtuais. O memorando foi liberado após autoridades federais como a Polícia Federal Norte-americana, FBI, fazer acusações de que o Bitcoin estava sendo usado por criminosos. No Brasil não há indícios da regularização de moedas digitais. No início deste ano, o Banco Central publicou um parecer no qual apenas pediu cautela aos usuários desse mercado. O BC explicou que, como a moeda não é emitida por nenhum tipo de governo, é impossível aplicar normas de controle financeiro nessas transferências.

No Brasil já existem alguns estabelecimentos físicos que aceitam pagamento via bitcoins. Um exemplo disso é o Café Cult, no centro de Florianópolis, que entrou nesse mercado em fevereiro deste ano. Geraldo Borges, gerente do do Café, disse que foi um amigo quem o apresentou ao bitcoin: “ele me mostrou como funcionava e me garantiu que é mais fácil de utilizar do que a maioria das pessoas imagina; em uma semana, a instalação do sistema já estava concluída”. Durante este primeiro mês aceitando bitcoins, Geraldo não teve nenhum problema com o uso da moeda, ele também explicou que o mercado ainda é tímido, mas que acredita que vá se tornar cada vez mais comum.

A cotação do bitcoin é bastante instável e pode ser acompanhada em tempo real em sites como o Mercado Bitcoin. Hoje, dia 3 de abril, seu valor é de R$ 1.135,00 para cada unidade da moeda.

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