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Armazém da renda busca preservar a cultura de Florianópolis

Texto e Fotos: Marina Simões (marinasimoes31@gmail.com)

Inaugurado na reabertura do Mercado Público de Florianópolis, o box 78 da Ala Norte traz exposições, vende peças de renda de bilro e ainda pretende oferecer oficinas para que esta prática tão marcante da cultura da capital não se perca com o tempo. O Armazém da renda é uma iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura. No espaço, são reunidos trabalhos de cerca de 300 rendeiras de várias partes da Ilha. De acordo com Dona Maria da Glória Viana, mais conhecida como Glorinha do Sambaqui, a ideia inicial era fazer um museu da renda de bilro. “Um museu não ia adiantar, porque as pessoas iam passar, olhar e isso ia acabar se perdendo. Então, eu me voluntariei para trabalhar aqui todas as manhãs e receber os visitantes”, explica com o sotaque característico do mané.

Além de vender as peças em renda, ela também as faz na loja, que possui várias almofadas e caixotes, onde os voluntários passam algumas horas fabricando mais peças. Dona Glorinha conta que aprendeu a fazer renda com a mãe há quase 60 anos. “Ela queria que eu aprendesse bordado e outras coisas, mas eu disse que ia aprender aquilo tudo mais a renda de bilro. Sempre que eu errava o ponto, ela batia na minha mão, para ver se eu desistia, mas eu insisti”. Depois de se aposentar, Dona Glorinha viajou o país todo e foi até para a Europa divulgar a renda de bilro em escolas e projetos. Para ela, a importância desses trabalhos e do que desenvolve no Armazém é preservar uma parte da história desse pedacinho de terra perdido no mar.

RENDA DE BILRO

A renda de bilro é uma herança dos colonizadores açorianos. Junto com a pesca e a agricultura era uma das principais atividades desenvolvidas na Ilha. Enquanto os homens trabalhavam mar, as mulheres cuidavam da casa e faziam as rendas, que serviam como uma renda auxiliar para a família.

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