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Quem quer sobremesa?

Texto, fotos e arte: Bruna Andrade (brunandrade92@gmail.com)

Ainda dentro do RU, os estudantes já vão separando as moedas. São para aquele docinho, na saída do restaurante. As tendas com opções de sobremesas multiplicam-se: tem alfajor, tem trufa, copinho de brigadeiro, cupcake.

Tudo começou com Luciane Damas, também conhecida como a Tia do Docinho. Há quatro anos e meio, ela viu-se desempregada. Já com mais de 40 anos, percebeu que seria difícil retornar ao mercado de trabalho e aprendeu a confeitar com a irmã. Mas a ideia de começar a vender na universidade foi sugestão de uma sobrinha que trabalha no Restaurante Universitário.

Moradora do Pantanal, Luciane resolveu arriscar. Conversou com o pessoal da administração do RU para garantir que não haveria problema. No início, o marido tentou ir contra o projeto, mas depois de ver o sucesso das vendas, rendeu-se. “No primeiro dia vim com 100 docinhos, vendi tudo rápido”, conta ela. Hoje não são só os doces de festa que estão à venda na tenda da Luciane, mas também copinhos de brigadeiro (pequenos e grandes) e trufas.

Roberto Roquejane decidiu contribuir para atender a demanda de açúcar dos estudantes. Há dois anos ele vende bombons ao lado de Luciane. Também desempregado, ele e a esposa começaram a fazer os doces. Na procura por um lugar para vender, encontrou a saída do RU. A variedade é grande, são dez diferentes sabores de bombons: morango, leite ninho, café, chocolate, chocolate branco, maracujá, amendoim, nozes, coco e limão.

No último ano, Pablo Lima juntou-se aos doceiros. O peruano morava na Espanha quando começou a crise na Europa, acabou mudando-se para São Paulo e depois veio pra Florianópolis. Confeiteiro, viu na universidade um lugar para vender seus quitutes. Começou apenas com cupcakes e hoje também faz trufas e copinhos de brigadeiro. O negócio deu tão certo que contratou uma ajudante, a também estrangeira Andrea Batista, colombiana que faz mestrado na UFSC.

O alfajor é uma das sobremesas de sucesso, tanto que existem duas bancas que vendem o doce. O casal Luiz Carlos e Lenora Mascarenhas começou quatro meses atrás a comercializar na saída do RU. Eles vendem alfajores há 15 anos como ambulantes na cidade, sendo o negócio inclusive registrado como empresa individual. Na universidade, encontraram um público fiel. “A gente faltou dois dias e já vieram falar com a gente no Facebook”, conta Luiz.

Fabiana Farias é outra que faz alfajores. Ela começou o comércio na saída do RU no início do ano, mas já vendia em outras universidades e em lojas. Na banca dela tem também cupcakes, bombons e trufas. A renda dela e do marido, que ajuda nas vendas, vem dos doces.

Com exceção de Luciane, que chegou a conversar com a administração do Restaurante Universitário, nenhum dos outros confeiteiros pediu autorização da universidade para comercializar no campus.

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