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A língua japonesa e suas particularidades

Texto: Ana Carolina Domingues (anadomingues.ufsc@gmail.com), Ayla Nardelli (aylaanp@hotmail.com) e Natália Duane (nataliaduane@hotmail.com).

A língua japonesa é a nona mais falada do mundo devido a grande população do país – em torno de 125 milhões de habitantes-, mas é pouco usada no exterior. Mesmo entre descendentes de japoneses a língua não foi ensinada as gerações seguintes: segundo uma pesquisa feita pelo Centro de Estudos Nipo-brasileiros em 1988quando a população de descendentes japoneses no Brasil somava 1,3 milhão de pessoas, menos de 1% falava o idioma dos ancestrais. Embora a comunidade japonesa seja expressiva, a língua japonesa ainda é desconhecida por parte dos brasileiros, mesmo que algumas palavras já tenham sido incorporadas no nosso vocabulário, através da culinária (shoyu, sushi, yakisoba), esportes (judô e jiujitsu) e alguns costumes (karaokê e kimono).

 

Dentre os vários aspectos do idioma, o mais marcante é a escrita, composta por três alfabetos, sendo um ideográfico e dois fonéticos, como o alfabeto romano – utilizado no Brasil e na maior parte dos países ocidentais. São eles o Kanji, o Hiragana e o Katakana.

KANJI

O alfabeto ideográfico foi trazido China, e é composto por símbolos que representam uma ideia, e não uma palavra. Esses símbolos, chamados de kanji, tem mais de uma leitura – geralmente mais de uma japonesa e uma chinesa. Embora dicionários registrem a existência de mais de 50 mil símbolos, são utilizados somente em torno de 2 mil, presentes em uma lista estabelecida pelo Ministério da Educação do país, atualizada em 2010.

HIRAGANA

O hiragana é um dos alfabetos silábicos, onde cada um dos caracteres representa uma sílada, usado para se escrever em japonês. Os 48 caracteres que formam o alfabeto compõe os kanji, fazem a conjugação dos verbos, flexões de adjetivos e formam palavras. Esse é o primeiro alfabeto ensinado no primeiro ano do ensino infantil do sistema educacional do Japão. A partir dele, é possível escrever tudo em japonês.

KATAKANA

O alfabeto katakana possui a mesma quantidade de caracteres que o alfabeto hiragana e representa os mesmos sons, com a diferença de que é utilizado apenas para representar palavras estrangeiras, como computer, radio, hotdog. Também é utilizado para escrever nomes estrangeiros. Se você for escrever seu nome em japonês, deverá utilizar esse alfabeto.

 

Ainda são utilizados os números arábicos, embora também haja kanji representando números, e o alfabeto romano, principalmente para siglas, nome de empresas, produtos e palavras estrangeiras. Logo, podem ser utilizadas até quatro tipos de alfabetos em um único texto, como na frase abaixo, que é um exemplo de como funciona o idioma japonês: as quatro formas de escrita são misturadas.

 

JAPONESA

Apesar da complexidade da escrita se comparada com outras línguas ocidentais que só utilizam o alfabeto romano, o japonês não é tão difícil quanto parece, como explica a professora de japonês da Associação Nipo-Catarinense, Julia Orie: “Os sons no japonês são muito mais fáceis de se reproduzir, nesse sentido, acho muito mais fácil um brasileiro aprender japonês que o contrário”.

As pessoas interessadas podem aprender japonês através dos cursos da Associação Nipo-Catarinense, que mantém um convênio com a JICA – Agencia de Cooperação Internacional do Japão-, e a cada dois anos recebe um voluntário para dar aulas aos alunos.  As professoras recebem treinamento no Japão, e ressaltam: o importante é a vontade do aluno e a didática da professora.

Assista aos vídeos abaixo para saber mais sobre aspectos da língua e tradição japonesa e descubra que algumas ideias que temos do Japão são, na realidade, um pouco equivocadas. Tudo é contado por quem entende da cultura e do idioma: as professoras da Associação Nipo-Catarinense.

 

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