lucky jetpinuppin upmostbet
ArquivoFotojornalismoReportagens

Feira Agroecológica da UFSC e Mercado São Jorge investem nos produtos orgânicos

Texto e fotos: Luíza Giombelli (luizamgiombelli@gmail.com)
Arte: Fernanda Struecker (fe.struecker@gmail.com)

Na UFSC, quarta é dia de feira! Tem tapioca, produtos veganos, pastel, caldo de cana, roupas, artesanato e, é claro, os orgânicos. Em uma época em que cada vez mais se discute a importância e as vantagens de consumir produtos de origem orgânica, as feiras com esse tipo de mercadoria estão ficando mais populares (veja a lista do IDEC ) – em Florianópolis são sete). A barraca do Grupo de Agroecologia Água Corrente, que vende produtos orgânicos com certificado de conformidade, que vão desde folhas verdes até frutas da estação, é uma das mais movimentadas da feira Agroecológica da UFSC.

Com clientela fiel há sete anos, o proprietário e agricultor Reguinald Melcher – que foi um dos primeiros comerciantes a ter uma barraca na feira – diz que há dois anos tem percebido uma procura maior pelos orgânicos. Para ele, isso acontece tanto porque as pessoas têm mais acesso à informação e sabem que esse tipo de alimento faz bem à saúde, quanto por causa da melhoria da infraestrutura do comércio desse segmento em Florianópolis, no que diz respeito a disponibilidade dos alimentos em qualquer época do ano, não dependendo tanto das condições climáticas para a produção e distribuição.

[widgetkit id=5043]

As folhas verdes comercializadas por Reguinald são produzidas por famílias de agricultores de São Bonifácio, que por ser uma região mais perto da capital  facilita o transporte dos produtos sem que eles estraguem muito rápido. Já as outras mercadorias, como pimentão, laranja, banana, batata, cebola são trazidas de outra região, em parceria com o Mercado São Jorge, outra feira orgânica de Florianópolis.

O Mercado São Jorge, no bairro Itacorubi, desde a sua inauguração em fevereiro de 2013, se tornou referência na comercialização de orgânicos. A parte hortifruti do estabelecimento – que também possui empresas de alimentos naturais, congelados, integrais, lojas de móveis e artesanato – movimenta quase 7 toneladas de produtos orgânicos por semana. Esses produtos vêm, em sua maioria, de  São Bonifácio, Lages, Urubici, Alfredo Wagner. O que não é cultivado aqui é trazido de São Paulo, como por exemplo alguns tipos de fruta, ou então de Curitiba, de onde o grupo Biodinâmicos, parceiro do Mercado São Jorge que lida com agricultura biodinâmica há 30 anos, manda, entre outros, folhas, rabanetes e morangos.

[widgetkit id=4843]

Segundo o gerente comercial do Mercado São Jorge, Elyas Rodrigues Antônio, essa diversificação de áreas de coleta é feita porque a logística de captar os produtos e trazê-los frescos para o mercado é complicada. “A agricultura orgânica ainda é bem limitada e pouco organizada, o que deixa o sistema de comercialização bem difícil.” Os agricultores, geralmente familiares, ficam em lugares bem isolados, propriedades pequenas e estradas de difícil acesso – por isso o mercado utiliza um caminhão próprio para fazer a coleta dos produtos e conta com uma equipe com bastante conhecimento da região, para se certificar que os produtos são de qualidade. Quanto ao preço, Elyas Rodrigues disse que o sistema que o Mercado utiliza – de contato direto com os agricultores, sem intermediários – acaba reduzindo bastante o valor dos orgânicos em comparação aos encontrados nas redes de supermercado, que chegam a ser quase 200% mais caros.

Agricultura orgânica

No caso dos agricultores de São Bonifácio, Reguinald Melcher explica que não aconteceu uma transição da agricultura tradicional para a orgânica, já que a região nunca teve tradição no cultivo de alimentos, então já começaram utilizando adubação orgânica. Mas nem todos os casos são assim. Elyas Rodrigues, do Mercado São Jorge, considera essa transição é difícil para os agricultores. “Eles trabalham a vida inteira para pagar as dívidas que fizeram com os bancos, que patrocinam a venda de venenos importados dos Estados Unidos pelo Brasil, que são proibidos lá, mas permitidos aqui.”. Além do que, é necessário um certo período de tempo (normalmente 1 ano) para que o solo fique livre de agrotóxicos e fertilizantes, já que o produto orgânico é totalmente livre dessas substâncias.

Qual é o perfil de quem compra produtos orgânicos?

O gerente comercial do Mercado São Jorge, Elyas Rodrigues, observa alguns tipos de clientes que vão a procura dos orgânicos:  existem os que estão apenas seguido a moda do momento; os vegetarianos, ou pessoas que tem paixão pela alimentação e culinária vegetariana; as pessoas envolvidas com agricultura orgânica, que têm consciência da importância de ter uma alimentação não só saudável, como sustentável; e por fim, as pessoas que procuram os orgânicos por acreditarem que eles ajudam a melhorar a saúde, seja para perder peso ou ajudar no tratamento de alguma doença. Veja no infográfico abaixo as verdadeiras vantagens e desvantagens de incluir os orgânicos na alimentação:

infográfico alimentos orgânicos

 

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.