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Reportagens

Movimento de ódio contra mulheres cresce na internet e vira atividade “profissional” lucrativa

Influenciadores de grupos misóginos vendem cursos, mentorias e consultorias de R$ 2 mil a hora em plataformas de mídia social

Reportagem por Camilly Iagnecz

Passeata no Dia Internacional da Mulher, Rio de Janeiro (RJ). Foto por Fernando Razão/Agência Brasil (2023)

Atenção! Esta reportagem contém relatos e imagens que podem ser inadequadas e gatilho para algumas leitoras.

“Em nenhum momento essas pessoas demonstram capacidade de me ver como ser humano.” Helena Nascimento*, de 21 anos, se refere ao grupo de homens que fazem parte do movimento Red Pill, termo que faz referência à pílula vermelha do filme “Matrix”. Usuária assídua da plataforma X (o antigo Twitter), a experiência da estudante de Serviço Social com os membros do grupo envolve assédio moral, ameaças e doxxing – neologismo utilizado para se referir à prática de buscar, compilar e publicar dados privados de alguém na internet. “Eles me chamam de puta para baixo, disseminadora de IST, suja, todo tipo de ofensa possível”.

Os ataques começaram em 2022, após Helena responder com indignação uma publicação que debochava do assassinato da vereadora Marielle Franco. A situação se agravou dois anos depois, quando um “influenciador” de masculinidade e comportamento publicou capturas de tela de uma postagem onde ela relatava um encontro casual que teve. “Desde aquele dia tudo aconteceu de uma forma muito intensa, era ameaça de estupro e eles narrando como me estuprariam”, conta.

O influenciador que fez a publicação sobre Helena faz parte da “machosfera”, nome dado à comunidade masculinista onde homens produzem e consomem conteúdos que defendem uma soberania masculina e violência contra a mulher. “Poderia ser um espaço de trocas de experiência, de empatia, mas tudo isso é feito com base em odiar as mulheres”, explica Luciane Belin, pesquisadora do Laboratório de Estudos de Internet e Redes Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (NetLab UFRJ). Segundo ela, os espaços onde esses discursos são propagados servem como forma de incentivar diferentes tipos de violência. “Eles menosprezam e propagam uma ideia de inferioridade, de subalternidade das mulheres”.

“Toda mulher é uma vagabunda até que se prove o contrário”. A afirmação foi feita por um dos mais conhecidos influenciadores do nicho masculinista, com mais de 600 mil seguidores no Instagram e pelo menos 50 mil inscritos no YouTube. Segundo ele, seu foco é falar sobre a realidade dos relacionamentos atuais; em seu site, o chamado: desperte agora ou nunca mais. Entre os serviços oferecidos por ele, mentorias para ajudar seus seguidores a desenvolverem ‘suas melhores versões’ e cursos variados sobre como superar sua ex, como levar mulheres para a cama e como encontrar mulheres de valor. Ele também é palestrante e autor de cinco livros, sendo três sobre o movimento Red Pill.

Reprodução da plataforma X

Em dezembro de 2024, o NetLab UFRJ, em parceria com o Ministério das Mulheres, publicou o relatório Aprenda A Evitar ‘Esse Tipo’ De Mulher”: Estratégias Discursivas E Monetização Da Misoginia no Youtube”. A pesquisa mostra que, no cenário atual, odiar mulheres na internet é um negócio lucrativo. O levantamento encontrou conteúdos misóginos em pelo menos 137 canais no YouTube e 80% deles contam com alguma estratégia de monetização. “Eles usam recursos da própria plataforma, então, anúncios, programa de membros e o superchat, que é quando as pessoas enviam remessas de dinheiro durante as lives”, explica Luciane Belin, que foi uma das coordenadoras do trabalho.

A estratégia usada pelo influenciador que atacou Helena também é praxe dentro do nicho masculinista. “Eles usam as descrições e os próprios conteúdos dos vídeos para vender produtos, cursos, e-book, mentorias e consultorias individuais”, complementa a pesquisadora. O valor dessas “conversas” privadas pode chegar a R$ 2 mil a hora.

O relatório expõe que 21 canais considerados misóginos possuem conteúdo encorajando abuso, assédio, violência física e moral contra mulheres. Além disso, foram encontrados múltiplos vídeos culpabilizando vítimas e atribuindo as violências sofridas por elas a seus comportamentos e forma de vestir. Mariana Karpukovas, de 25 anos, também foi alvo de ataques no X, e conta que esse discurso foi usado por seus agressores para justificar as ameaças e os xingamentos direcionados a ela. “Um deles chegou a me mandar mensagem no WhatsApp falando que isso era resultado das minhas ações porque eu me sexualizava muito […] segundo ele, eu não agia da forma que uma mulher deveria agir e eu tava só colhendo os frutos disso”

Mariana conta que o estopim para se tornar alvo da machosfera foi banal: ela participava de um nicho futebolístico da plataforma e possuía amigos homens com quem interagia. “Começaram a pegar muito no meu pé por essa questão, eles falavam que eu estava ficando com todos meus amigos e não sei o quê, mas foi piorando, começaram a falar que eu ia ser estuprada e que eu gostava disso”. Ela sofreu doxxing – forma de assédio cibernético onde dados pessoais, como endereço e número pessoal da vítima, são expostos – o que fez com que trancasse a faculdade de Arquitetura, por medo de sair de casa. “Já aconteceu de eles postarem fotos minhas de longe, falando que me viram”, conta.

Segundo a Central Nacional de Denúncias (CND) da associação Safernet, o número de denúncias de misoginia online no Brasil em 2022 chegou a 28,6 mil, sendo um dos crimes de ódio mais denunciados.

Dados do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania indicam que pelo menos metade do total de denúncias de violência que foram feitas ao Disque 100, entre 2021 e 2023, são de violência contra a mulher na internet.

Em 2025, a pesquisa “Visível e Invisível: a vitimização de mulheres no Brasil”, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) em conjunto com o Instituto DataFolha, perguntou pela primeira vez às brasileiras com 16 anos ou mais sobre terem tido fotos ou vídeos íntimos divulgados na internet sem seu consentimento. Mais de 1,5 milhão de mulheres relatou ter sofrido este tipo de violência.

Soraia Araújo, psicóloga do Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (CREMV) em Florianópolis, destaca a necessidade de dar a devida importância a esses números. “É preciso desmistificar que as violências virtuais são menos graves do que as que acontecem fora da internet, vivenciar isso pode causar um processo de adoecimento da saúde mental”.

Para Helena, as consequências citadas por Soraia são palpáveis. “É uma situação que fere muito e se você não conseguir lidar com a situação assim, que é muito forte, você pode chegar a se suicidar.” A estudante reitera a importância de ter suporte emocional, algo que ela conseguiu na terapia, onde trabalhou formas de se manter diante da situação. “É muito importante saber diferenciar que aquilo que está sendo dito não é verdade, não diz respeito a mim, diz respeito a eles.”

Foi em um momento de luto, após a perda de seu animal de estimação, que ela sofreu um dos ataques que mais a afetou. “Eu tinha postado algumas fotos dela no Instagram, e aí pegaram essas fotos, pegaram vídeos de zoofilia e começaram a falar que eu tinha estuprado a minha cachorra”, conta ela, destacando a questão de desumanização e explicando que hoje em dia faz de tudo para omitir coisas da sua vida pessoal. “Não posso falar que namoro e tento proteger a minha família o máximo que eu posso, porque eu não sei até onde a perseguição pode chegar.”

Comentando também a exposição digital, Mariana destaca como os ataques a fizeram perceber o quanto mostrava sua vida pessoal no ambiente online. “Eu acho que a gente tem que tomar muito cuidado na internet, sabe? Porque tem pessoas muito ruins que de fato podem fazer alguma coisa com isso”, comenta a estudante, contando como fez uma pesquisa por palavras-chave no próprio perfil para ver quais informações sobre si estavam disponíveis com fácil acesso. Ela percebeu que era fácil identificar dados como bairro onde mora, nomes e fotos de familiares, entre outros.

Por mais que a cautela seja importante, a necessidade de estar em um estado de hipervigilância pode alimentar ainda mais o sofrimento psíquico da vítima. “A gente chama de danos secundários, não é nem propriamente a violência, mas todo o processo da vergonha ou de ansiedade, principalmente se você está sendo perseguida”, explica a psicóloga Soraia Araújo.


Falta de proteção judicial

Em abril de 2018, foi sancionada a Lei 13.642/18, conhecida como Lei Lola, que atribui à Polícia Federal a investigação de crimes de misoginia e ódio às mulheres na internet. A inspiração para a lei veio de Lola Aronovich, professora e autora de um blog feminista, que passou por dificuldades ao denunciar para Polícia Civil os diversos ataques e ameaças cibernéticas que recebe.

Mesmo com a lei em vigência, Helena relata dificuldades parecidas quando tentou buscar ajuda em 2022. “Eles ficavam me jogando de uma delegacia para outra, até que eu cheguei em uma delegada e mostrei os prints de tudo, que eu imprimi, e ela me desmotivou a dar continuidade com o B.O”. Ela explica que o discurso da profissional foi que era fácil para os autores dos ataques afirmarem que foram hackeados, e que prosseguir com a denúncia a deixaria “marcada”.

Dois anos depois, após a divulgação de deep fakes (materiais com aspecto hiper real produzidos com ajuda de inteligência artificial) com sua imagem, ela fez uma vaquinha online para conseguir pagar um advogado, além de entrar em contato com a assessoria da deputada Erika Hilton pedindo suporte. O processo está em trâmite, mas o assédio não cessou. “Se eu quiser continuar ativa [nas redes sociais], eu vou ter que lidar com esse tipo de ataque”, relata.

Mariana também procurou os meios legais para lidar com a situação. “Eu chamei um advogado e a gente reuniu tudo o que conseguimos de print, link, ameaça e afins”, relata. Os próximos passos foram entrar com um processo contra o X, e então uma ação judicial contra os autores dos ataques. A estudante explica que fez diversas denúncias para a plataforma, mas as contas que saíam do ar ficaram indisponíveis por pouco tempo. “Eu vejo que a plataforma não tem filtro para algumas palavras, tem nomes que o próprio user é sobre estupro e a programação permite, sem derrubar”, afirma. Ela conta que conseguiu suporte apenas juridicamente e de forma pouco prestativa – o X teve 15 dias úteis para entregar informações sobre os usuários autores dos ataques, com multa de R$ 1.500 por dia atrasado. Os dados foram entregues meses depois, com 50 nomes faltando.

O X não é o único com problemas relacionados a barrar conteúdos e discursos violentos. A pesquisadora Luciane Belin explica que isso não é algo acidental, visto que a lógica das plataformas é a do sensacionalismo – quanto mais polêmico, melhor. “Quanto mais engajamento você gera, mais a plataforma vai te ajudar, porque aí você monetiza os seus conteúdos e junto com você a plataforma também ganha dinheiro”, elabora.

Luciane acrescenta que existem diretrizes na maioria das plataformas, porém não é difícil burlar o sistema. “Para você emplacar de fato um conteúdo como discurso de ódio e a plataforma desmonetizar e tirar do ar, tem que ser algo muito explícito e incitando diretamente a violência”. Ela menciona o estudo “Letting hate flourish, : YouTube and Koo’s lax response to the reporting of hate speech against women in India and the US” que denunciou 79 vídeos dessa natureza e apenas um foi retirado do ar.

“As violências são muito naturalizadas, sobretudo as violências de gênero, e é isso, falam que é liberdade de expressão, mas são crimes”, aponta Soraia Araújo, psicóloga do CREMV. Luciane, por sua vez, reitera a importância de estar bem informada sobre seus direitos e as leis de proteção à mulher. “Uso indevido de imagem, vazamento ou fabricação de conteúdo íntimo, tudo isso é crime, difamação, assédio, crime digital”.

Os crimes de violência contra a mulher na internet podem ser tipificados judicialmente na esfera civil e criminal. Por responsabilidade civil, podem ser cobrados danos morais, injúria, calúnia e difamação. Criminalmente, a violência psicológica encontra amparo na Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006). Menores de idade também são protegidas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.

O artigo 7º da Lei Maria da Penha tipifica como violência psicológica qualquer conduta que cause dano emocional ou prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação da mulher; diminuição, prejuízo ou perturbação ao seu pleno desenvolvimento; que tenha o objetivo de degradá-la ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição, insulto, chantagem, ridicularização, exploração, limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio.


Quem são os masculinistas?

Enquanto influenciadores se colocam como o rosto do movimento, a maioria dos perfis por trás dos ataques cotidianos não mede esforços para ser inidentificável. “Eles são bem engajados em tentar se esconder, não usam foto, não usam nome, e nas ligações usam até números de telefone de outro país”, explica Mariana, que chegou a receber chamadas com diferentes DDDs internacionais. Segundo Luciane Belin, existem quatro subcategorias principais dentro da machosfera:

Red Pill

No filme Matrix, tomar a pílula vermelha significa acordar para a realidade, ver as coisas como elas realmente são. Dentro do contexto masculinista, a premissa é que os homens são vítimas de misandria, ódio, injustiça e desprezo pelas mulheres, principalmente as feministas. “Existe toda uma visão bem conspiratória da sociedade, segundo a qual as mulheres são as verdadeiras opressoras e não o contrário”, explica Luciane Belin.

Membros do movimento buscam frear o avanço do feminismo e de políticas de igualdade de gênero, com o objetivo de se tornar um “macho alfa” e  retomar seu lugar no topo da sociedade patriarcal.

Nas páginas do Instagram de influenciadores do nicho, é possível encontrar defesas como: “Red Pill é resgate da masculinidade”, “Red Pill dá força”, “A ideologia woke quer você broxa, fraco e sem propósito”. Para eles, mulheres devem ser submissas, aceitar seu lugar como inferiores e estar dentro das expectativas sobre maternidade e tarefas domésticas, além disso, devem ser bonitas, magras, delicadas e jovens.

Os vídeos pregam desprezo às mulheres que fogem deste padrão, principalmente as que são sexualmente ativas, abertas sobre sua sexualidade, mães solo, financeiramente independentes, ou acima de 30 anos. Eles pregam que estas são infiéis, promíscuas, moralmente degradadas, mulheres de baixo valor. 

Men Going Their Own Way (MGTOW)

Traduzido como “homens seguindo o próprio caminho”, a sigla representa o grupo que acredita que o feminismo transformou o mundo em um lugar dominado por mulheres, e por causa disso os homens devem se autopreservar, focar e priorizar seu desenvolvimento pessoal. Luciane Belin explica que, em alguns canais voltados para esse grupo, existem falas sobre cortar laços até com a própria mãe ou irmã, pois qualquer mulher pode ser prejudicial “Enquanto o Red Pill vai mais para a linha do controle, os MGTOW vão mais para a linha da aversão e do desprezo”, conta.

Para eles, as mulheres são vistas como um obstáculo para o desenvolvimento masculino. Os influenciadores desse nicho acreditam que qualquer envolvimento com mulheres lhes apresenta um risco, seja emocional, financeiro ou social. Costumam, também, atacar políticas públicas e leis criadas em prol da proteção das mulheres ou igualdade de gênero.

Pick Up Artist (PUA)

Os Pick Up Artists são os “artistas da pegação”, homens que se consideram especializados em seduzir e conquistar mulheres, sempre focando muito na sexualidade masculina. As técnicas ensinadas por eles, no entanto, envolvem manipulação psicológica, pseudo-ciências – como análise de linguagem corporal e roteiros de conversa pré estabelecidos. Além disso, existe um forte reforço de estereótipos e normas de gênero.

Enquanto os MGTOW desprezam as mulheres, os PUA desumanizam e sexualizam. Em páginas e canais de influenciadores, é possível encontrar frases como “destrua o ego dela”, “elas não gostam de homens legais” e “o primeiro desejo feminino oculto é o desejo de sofrer”. O objetivo é fazer com que as mulheres se sintam inferiores, criando uma necessidade de validação que facilitaria um avanço sexual. “Isso é uma cartilha da violência psicológica, né? É o primeiro passo para um relacionamento de violência doméstica”, ressalta Luciane.

Incel (celibatário involuntário)

O termo, que vem do inglês involuntary celibate, descreve aqueles que, por algum motivo, não conseguem manter relações românticas ou sexuais. No contexto da machosfera, estes são os homens que se sentem excluídos e rejeitados, principalmente pelas mulheres, mas também pela sociedade e pelo sistema.

Esse grupo associa seus fracassos a uma suposta inferioridade biológica, adotando uma visão de que as mulheres são muito seletivas e escolhem apenas homens que se encaixam em um certo padrão de beleza. Nesse nicho, é possível encontrar conteúdos que reforçam a ideia de que mulheres têm o dever de suprir as necessidades sexuais dos homens, e, por causa dessa seletividade, estão falhando em sua função.

Os incels acreditam que estão em desvantagem, que estão destinados à solidão, o quê alimenta sentimentos de raiva e frustração direcionados às mulheres e gera discursos violentos, que muitas vezes saem dos fóruns escondidos e são direcionados para mulheres reais, como Helena e Mariana. 

* Alguns nomes de entrevistadas foram trocados em prol da segurança das fontes.


COMO PEDIR AJUDA
  • Ligue 180: Central de Atendimento à Mulher que faz registros de denúncias e orienta vítimas de violência.
  • Disque 100 (Disque Direitos Humanos): recebe denúncias de forma anônima e gratuita. Denunciantes podem ligar para o número 100 ou entrar em contato pelo WhatsApp (61) 99611-0100.
  • Mapa do Acolhimento: rede nacional de psicólogas, advogadas e voluntárias que oferece suporte direto a vítimas de violência. 
  • ONG Justiceiras:oferece orientação para que mulheres realizem boletim de ocorrência e façam pedidos de medidas protetivas.
  • As Penhas: projeto do Instituto Maria da Penha que reúne uma rede multiprofissional de voluntárias que atendem mulheres em situação de violência.
  • Programa Sinal Vermelho: Regulamentado pela lei 14.188/2021. A mulher que precisa pedir ajuda pode sinalizar um sinal vermelho desenhado na palma da mão ou em um pedaço de papel e mostrar em estabelecimentos comerciais de todo o país. Os atendentes devem acionar o 190.

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