Existem chances de uma epidemia de Ebola no Brasil?
Texto: Beatriz Santini (beatrizfsantini@gmail.com)
Arte: Bruna Andrade (brunandrade92@gmail.com)
A África vive a maior epidemia de febre hemorrágica, em termos de pessoas infectadas, de mortos e de extensão geográfica, da história segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O causador dessa epidemia é o vírus do Ebola, um dos mais fatais que existem e que mata até 90% dos infectados. Ainda não há cura ou vacina disponível para uso na população e a OMS já declarou emergência pública sanitária internacional.
Por enquanto, o Brasil segue sem casos suspeitos de ebola, mas os serviços de saúde do país já estão em alerta para identificar pacientes que possam ter tido contato com o vírus. O Ministério da Saúde afirma que as chances do Ebola chegar ao Brasil são muito baixas, pois a doença não se transmite pelo ar, e sim através do contato direito ou indireto (objetos compartilhados) com sangue ou fluídos corporais de outros doentes.
Mesmo o vírus tendo um período de incubação de até três semanas, o paciente tem maior probabilidade de transmitir a doença quando já está sentindo os sintomas, o que diminui as chances do ebola se alastrar ainda mais. É muito difícil alguém conseguir fazer uma viagem internacional apresentando febre, fraqueza intensa, dores musculares, dor de cabeça, dor de garganta, vômitos, diarreia, funções hepática e renal deficientes, erupções cutâneas, e, em alguns casos, sangramentos internos e externos, com interrupção do funcionamento dos órgãos.
Também não há vôos diretos dos países mais afetados para o Brasil, mas a recomendação é que diante de alguém que apresente os sintomas da doença, a tripulação informe o aeroporto de destino, para a vigilância sanitária avaliar o doente e encaminhar para o serviço adequado se necessário.
Vírus do ebola em Santa Catarina
A Secretaria do Estado de Saúde considera extremamente remota a possibilidade do vírus do Ebola atingir massivamente Santa Catarina. No entanto, divulgaram em uma nota oficial com recomendações. O serviço de saúde público ou privado que atender um caso suspeito de Ebola deve adotar os procedimentos de biossegurança, notificar imediatamente as Secretarias de Saúde e acionar o SAMU 192, que realizará o transporte do paciente para o hospital de referência – Hospital Nereu Ramos ou Hospital Infantil Joana de Gusmão – , que adotarão as as medidas tradicionais de tratamento e isolamento do doente.