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Reportagens

Casos de sífilis aumentam mais de 50% em Santa Catarina

Texto: Luciane Toledo (lucianegtoledo@gmail.com)

Santa Catarina registrou em 2015 mais de 5.700 casos de sífilis, cerca de 53,5% a mais que o registrado em 2014. Os dados da Diretoria de Vigilância Epidemiológica, (DIVE) apontam para um alerta na saúde do estado, visto que a doença é de fácil identificação e tratamento.  Foram exatos 5706 casos notificados de sífilis adquirida e 475 de sífilis congênita no ano passado; em 2014, o estado registrou 3716 casos de sífilis adquirida e 272 de congênita.

A sífilis adquirida é transmitida sexualmente por uma bactéria chamada Treponema pallidum e, se não for tratada, pode ainda comprometer gravemente o sistema nervoso central e outros órgãos.  A forma congênita é passada da mãe infectada para o filho durante a gravidez e muitas vezes pode causar aborto, má-formação do feto e até a morte do bebê.

Do total de casos em Santa Catarina, 68,82% foram identificados em homens e uma das preocupações para esse aumento é sobre o uso da camisinha. Segundo o médico Eduardo Campos de Oliveira, da Gerência de Vigilância das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) Aids e Hepatites Virais da DIVE/SC, “a percepção do crescimento da doença foi muito rápida nos últimos anos e não tem relação com o recente desabastecimento da medicação utilizada em seu tratamento – a penicilina Benzatina – e sim, com o descuido no uso da camisinha. Muitas pessoas ainda não levam a doença e a prevenção a sério, pois a percepção é de que a sífilis é uma doença banal, uma vez que é curável”.

Depois da identificação do aumento no número de casos da doença, a Secretaria de Estado da Saúde elaborou um plano de ação principalmente contra a sífilis congênita no estado. Neste caso a doença é passada de mãe para filho e, segundo a DIVE, no ano passado, 475 bebês nasceram com sífilis em Santa Catarina, 75% a mais que o registrado em 2014. De acordo com a gerente de Vigilância das DST, Aids e Hepatites Virais da DIVE/SC, Dulce Quevedo, “a sífilis tem cura, desde que o tratamento seja feito oportunamente. A partir do tratamento adequado da gestante e do seu parceiro sexual, o bebê nasce livre da doença, ou seja, a sífilis congênita é 100% evitável”. A intenção da Secretaria de Saúde é pôr em prática o plano de ação no ano que vem, melhorando a qualidade da atenção à gestante e ao bebê durante a gravidez.

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