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Trilhas de Florianópolis: Lagoinha do Leste

Texto e fotos: Natália Duane de Souza (nataliaduanedesouza@gmail.com)

Próximo a praia da Armação, há um caminho até a praia do Matadeiro. Mas, as belezas naturais não acabam por aí: quem chegar ao final da faixa de areia, verá que há uma passagem entre as pedras. Não é bom seguir o caminho se você não estiver preparado, pois ali está uma das trilhas mais cansativas da ilha que nos leva até a Lagoinha do Leste. Transformada em Parque Municipal pela Lei  nº 4701 de 1992, essa região preserva um pouco da Mata Atlântida na Ilha de Santa Catarina. Com cerca de seis quilômetros de extensão, a trilha possui um pedaço coberto por vegetação e outro de encostas. É recomendável ir em grupo, de preferência com alguém que já conheça o trajeto – não há não sinalização no caminho.

À 34 quilômetros do centro da capital, quem optar pelo transporte público deve ir até o Terminal do Rio Tavares (TIRIO) e embarcar na linha Costa de Dentro. O ponto de ônibus fica em frente à igreja da Armação. É necessário percorrer o trecho final da praia da Armação e a Praia do Matadeiro inteira. Outra opção é ir até o Pantâno do Sul, com a  mesma linha de ônibus ou  a Pântano do Sul, e percorrer uma trilha diferente que leva até o parque. Esta tem aproximadamente quatro quilômetros e leva menos tempo, porém é mais íngreme. Nenhuma das alternativas é recomendável para idosos, crianças, e pessoas com dificuldade de locomoção.

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14h40 Chegamos na Praia da Armação de carro após sair do bairro Estreito, no Continente, às 13h45. Havia fila em alguns trechos da SC-405. Há estacionamentos no final da praia que cobram R$10 pela estadia das 8h às 18h. Há também restaurantes, lojas e um mercado.

 14h50 Carregando duas mochilas com água e alimentos, passamos pela ponte que liga a Praia da Armação ao Matadeiro. Há um caminho que passa pelas pedras na encosta. Nesse trecho é possível encontrar um bar que vende milho, pastéis e bebidas. Atravessamos a faixa da praia, que tem dois restaurantes e já é vigiada por salva-vidas. Com o calor, o número de banhistas começa a aumentar.

15h10 Chegamos ao começo da trilha (ver foto 6). Diferente da praia – onde há placas por toda a extensão dando boas-vindas aos turistas e os advertindo sobre o lixo -, não há nenhuma sinalização que indicasse o caminho. A única menção ao nosso destino está no chão de concreto: “Amo Lagoinha”, mosaico com pedaços de azulejo.

15h20 A fileira de casas acaba e entramos em uma mata fechada. Em uma bifurcação, encontramos uma placa onde estava escrito “Lagoinha do Leste” e  à tinta “ACIMA”. Seguimos a orientação. Passamos dez minutos escalando um trecho com pedras. Logo, ao olhar para trás, é possível ver as praias da Armação, Matadeiro e Joaquina.

15h30 Após subir degraus de escadas por mais de dez minutos, chegamos a um caminho sem muitos desníveis. Há pedras nas laterais da trilha, o que dificulta a locomoção. O caminho é estreito, não ultrapassa 30 centímetros em alguns pontos, o que nos obriga à andar em fila.  Mesmo na maior parte do tempo cercados pela vegetação, conseguimos avistar entre as árvores um pouco do mar.

15h55 Com as garrafas de água quase vazias e começando a ficar com sede, nos deparamos com um riacho. A água é clara, e nos abastecemos com o líquido. Nesse ponto, estamos aproximadamente na metade da jornada de ida.

16h10 Saímos do meio da mata e começamos a descer por entre pedras para um descampado. Agora, margeamos a costa. A terra é seca e escorregadia. Há plantas baixas e espinhosas, como babosas, ao longo do trecho.

16h30 Chegamos a Lagoinha do Leste. A melhor vista do caminho surge como uma surpresa: após subir os últimos dez metros entre pedras, aparece à nossa frente a visão da Lagoa. Encontramos três amigos deitados nesse local, admirando a vista. Avistamos uma embarcação próxima a praia, assim como um surfista no mar e um grupo caminhando pela areia. Foi no topo do morro que, acompanhados do grupo, paramos e fazemos um lanche.

Apesar do visual e do calor, a praia da Lagoinha do Leste não é a melhor para tomar banho de mar. A água é muito gelada. As pessoas costumam se banhar na Lagoa, separada do mar por uma uma faixa de areia. Próximo do local campistas montam suas barracas e passam a noite. Na volta, pode-se optar por seguir até o Pântano do Sul, por um caminho no fim da praia. Somente no verão algumas embarcações oferecem transporte até o bairro por R$15.

Às 16h40 iniciamos a volta e chegamos novamente à Praia da Matadeiro às 18h00.

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