Jovem indígena de cocar de penas bege e pretas, máscara cirúrgica e camiseta do curso de Relações Internacionais da UFSC levanta a mão, pintada de preto, com a palma para a frente. Ao fundo, Ministério da Justiça.
Foto: Édina Migfe (Kaingang)

Estudantes indígenas da UFSC e servidores da Funai protestam pela saída do presidente da

fundação

Nem só de reuniões com autoridades foi feita a passagem dos estudantes indígenas da UFSC por Brasília. No penúltimo dia de viagem, mesmo com uma série de agendas a cumprir, parte da delegação uniu forças aos funcionários da Funai (Fundação Nacional do Índio), em greve desde 23 de junho, numa manifestação em frente ao Ministério da Justiça – ao qual a Funai é subordinada.

A principal reivindicação dos manifestantes era a saída de Marcelo Xavier da presidência do órgão. Nomeado por Jair Bolsonaro em julho de 2019, Xavier vem sendo criticado pela agenda anti-indígena empregada pela fundação desde que assumiu. O estopim para a greve e o aumento no tom das manifestações foram as mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, assassinados no começo de junho.

Bruno Pereira foi exonerado da Funai meses depois da posse de Marcelo Xavier, após coordenar uma ação contra garimpeiros na região amazônica. Desde então, relatava perseguição por parte da fundação. A morte dos dois apoiadores da causa indígena foi minimizada por Xavier, que contestou a falta de autorização de ambos para trabalharem na região do Vale do Javari. Os mandantes das mortes de Bruno e Dom seguem indefinidos.

A atuação institucional da Funai é criticada em outras frentes. Exemplo disso são as articulações pela Casa de Passagem de Florianópolis, onde a participação da Funai é contestada pela comunidade Kaingang. Os recentes assassinatos de indígenas Guarani Kaiowá e Pataxó também eram constantemente relembrados em Brasília.

Os estudantes indígenas da UFSC protocolaram, no dia 27 de junho, um documento junto à Funai pedindo, dentre outras coisas, pelo afastamento de Marcelo Xavier. Isto ocorreu durante assembleia do Sindsep-DF (Sindicato dos Servidores Públicos Federais do DF), que acontecia em frente à própria sede da fundação. No segundo encontro entre servidores da Funai e estudantes da UFSC, também estiveram presentes indígenas dos povos Kanela e Guajajara.

Veja fotos das manifestações dos estudantes indígenas da UFSC em Brasília: