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Os bolachões estão de volta!

Texto e fotos: Luíza Giombelli (luizamgiombelli@gmail.com)

Tirar o vinil de dentro da capa, retirar o plástico, colocar gentilmente no toca-disco, levantar a agulha, soltar suavemente na trilha e ouvir aquele chiado característico. Esse ritual, tão rotineiro há algumas décadas atrás, e que entrou em decadência nos anos 90 com a chegada do CD, está voltando a fazer parte da vida de muitas pessoas apaixonadas por música. Pelo menos é o que constataram a Nielsen SoundScan, sistema de informações que contabiliza os resultados dos mercados fonográficos americano e canadense e a Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI).

A primeira apontou que apenas no primeiro semestre do 2013, as vendas dos vinis aumentaram em 33,5% nos EUA e no Canadá. A expectativa é de que no final desse ano, as vendas tenham aumentado 27,9% em relação ao ano passado, chegando a 5,8 milhões de unidades vendidas. A IFPI divulgou que em 2012, o mercado de LPs de rendeu US$ 117 milhões – melhor resultado desde 1997 – e que até o final de 2013, deve movimentar mais de US$ 200 milhões.

 

Venda mundial de discos de vinil (em milhões de US$)

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E o Brasil está começando a fazer parte desse momento do mercado da música. A Polysom, única fábrica de vinis no Brasil, só no mês de abril lucrou mais que o ano de 2012 inteiro. Vários artistas nacionais estão lançando seu material em versão vinil – Pitty, Cachorro Grande e Nação Zumbi são alguns exemplos -, e muitos discos antigos, como de Tom Zé e Jorge Ben, estão sendo relançados.

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Vinil na Ilha

E alguns desses discos que a Polysom está produzindo vêm parar aqui em Florianópolis. A loja Roots Records, no centro da capital, têm alguns desses exemplares, além de outros que o proprietário, Luiz Antonio Menegotto, o “Gota”, importa de distribuidoras internacionais. Gota – que possui uma coleção de mais de 3000 discos de vinil – garante que as vendas aumentaram nos últimos tempos: “Tem semana que eu chego a vender mais vinil do que CD”. Ele e outros “loucos que adoram vinil” são os organizadores das Feiras de Vinil que acontecem de vez em quando no centro de Florianópolis.

Bruno José Machado, ex-músico e cliente fiel da Roots Records, é um dos participantes das feiras, e percebeu que nos últimos 5 anos, não só o número de pessoas interessadas em comprar LPs aumentou– inicialmente com uma média de 10 frequentadores, hoje as feirinhas recebem mais ou menos 60 visitantes -, mas o perfil desses compradores também sofreu mudanças. Antes era “um pessoal mais das antigas”, na faixa dos 40 anos, mas hoje em dia, jovens de 18, 20 anos, vão nas feiras junto com os pais e às vezes sabem mais sobre as bandas e sobre o próprio vinil do que eles.

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E quem passa pela UFSC nas quartas-feiras, também já deve ter visto a barraquinha da Marilia Soraya Zanin, que vende discos de vinil usados. Marilia, que também expõe seus discos no Mercado Público de Florianópolis e em Santo Antônio de Lisboa, tinha uma loja de LPs no centro, e que mesmo depois da chegada dos CDs, não se desvinculou dos seus bolachões. Grande parte dos discos que ela coloca à venda são da sua própria coleção, que assim como a de Gota, chega a 3000 unidades. “Mas meus discos do BB King e de reggae eu não vendo de jeito nenhum!”, avisa a vendedora. Os valores vão de 5 a 80 reais.

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Serviço:

Roots Records

Endereço: Centro Comercial ARS, Florianópolis

Fone: (48) 3222-1134

Site

Facebook (aqui você pode ver quando será a próxima Feira de Vinil em Florianópolis)

 

 

 

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