Reportagens

Sakamoto da aula magna sobre intolerância na internet

Texto e fotos: Andressa Santa Cruz (rsc.dessa@gmail.com)

Vídeo: Daiane Nora (kizi_201@msn.com)

O jornalista e cientista político Leonardo Sakamoto esteve na UFSC a convite do Departamento de Jornalismo na quinta-feira, 28. Sakamoto, que tem um dos blogs mais lidos no país, é alvo frequente de ataques virtuais, o que o motivou a escrever o livro O que aprendi sendo xingado na internet. Lançado em junho deste ano, o livro foi o tema da aula magna que levou mais de 140 pessoas a se apertarem nas cadeiras e nos corredores do auditório do Centro de Comunicação e Expressão.

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Entre piadas, o jornalista dividiu com o público algumas experiências que viveu nesses últimos dez anos gerindo o blog que leva o seu nome, Blog do Sakamoto, e foi na página online que o paulistano começou a ser vitima de ofensas e perseguições virtuais. “O pior não é ser xingado. É ser ameaçado, cuspido, agredido…”, relatou o jornalista que já foi vitima de ataques nas ruas de São Paulo e que chegou a morar seis meses fora do Brasil por questões de segurança. Defensor dos direitos humanos, Sakamoto acredita que os ataques ocorrem porque sua ideologia é uma ofensa ao status quo brasileiro:

“Os direitos humanos no Brasil significam limitar os privilégios de alguns para que outros tenham seus direitos mínimos garantidos.”

Na palestra, Sakamoto também citou as duas vezes em que levou as agressões virtuais ao tribunal: quando o jornal mineiro Edição do Brasil e a empresa JBS iniciaram boatos contra ele, e que depois tiveram grande repercursão nas redes. Para o jornalista, “os boatos na internet tem cauda longa” e até hoje as pessoas se baseiam nas injúrias publicadas para atacá-lo, mesmo a justiça tendo o declarado inocente.

O jornalista conclui a aula apontando o ódio e a intolerância fomentados na internet como grande ameaça à democracia. “Estamos vivendo em uma bolha e perdendo a noção de diálogo com a diferença”, ele declarou usando como exemplo os algoritmos do Facebook que selecionam o que aparece na linha do tempo, de acordo com as preferências de cada usuário.

Para reverter esse cenário, Sakamoto acredita que é necessário educação de mídia e de direitos humanos nas escolas, preparando os jovens para o debate público dentro e fora da internet.

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