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Greve dos bancários cresce no país

Texto: Juliana Fernandez (julianafernandez94@gmail.com) e Marina Simões (marinasimoes31@gmail.com)

Fotos: Juliana Fernandez

Desde 6 de outubro, os bancários de todo o país estão em greve. Até o final da semana passada, 6.251 agências de bancos públicos e privados, de um total de 22.975, estavam paralisadas. Em Florianópolis, a maior adesão nos bancos públicos é na Caixa Econômica Federal, que já tem 95% das agências fechadas; em seguida vem o Banco do Brasil,  uma adesão de 70% das agências sem funcionamento.

“Não fez mais proposta, a última foi aquela de cinco e meio. Pela experiência que a gente tem, eles estão observando a evolução da greve”, diz Jacir Zimmer, secretário geral do Sindicato dos Bancários de Florianópolis e Região. Jacir refere-se a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que ofereceu 5,5% de reajuste nos salários, com piso entre R$ 1.321,26 e R$ 2.560,23. Mas, a categoria negou a proposta pois querem reajuste salarial de 16% (percentual que repõe a inflação e garante um aumento real de 5,7%), com piso salarial de R$3.299,66.

Os bancários reivindicam ainda: vale alimentação e refeição, 13ª cesta básica, auxílio creche/babá, melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral, mais contratações, fim das demissões e da rotatividade, auxílio educação, entre outros. “Nós precisamos avançar em direitos, melhorar o acordo, para que isto garanta uma melhor condição de trabalho pro bancário”.

Ao ser questionado sobre o número de adesão de grevistas deste ano em relação aos outros, Jacir Zimmer afirmou: “A adesão está melhor, as pessoas estão fazendo mais greve, mas estão lutando menos. O que isto significa? As pessoas estão fazendo greve indo pra casa, vão viajar, vão descansar, é meio que um segundo período de férias”. Ele ainda comentou que é preciso fazer com que os grevistas ajudem no comando de greve e na condução do movimento, só assim terão uma greve forte que será determinante na solução dos problemas.

Não há previsão de fim da greve. Enquanto isso, as agências permanecem fechadas mas os clientes podem utilizar caixas eletrônicos, internet, aplicativos no celular, telefone e estabelecimentos credenciados para fazer saques, transferências e pagamento de contas. “A greve não está me atrapalhando, pois uso o caixa eletrônico. Pouco uso dentro da agência, mais online mesmo. Acho que é um movimento justo. A gente tem que entender e aceitar os movimentos de greve”, disse a professora Adriane Rodrigues.

De acordo com Jacir Zimmer, os grevistas estão mantendo um diálogo com os clientes, fazendo uma retrospectiva histórica do que é a greve bancária e mostrando os principais pontos do movimento. “A gente quer dialogar com a sociedade. Estamos fazendo isso para mostrar que a nossa greve não é só por salário, sabemos que isto é importante, é o salário que faz com que as pessoas possam sobreviver. Mas nós queremos mais bancários, mais qualidade no atendimento, queremos redução das tarifas e das taxas de juros e uma igualdade de atendimento nos bancos. Esses aspectos nos incomodam muito e a gente precisa avançar”.

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