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Doenças erradicadas voltam a aparecer pelo mundo

Texto: Marina Simões (marinasimoes31@gmail.com)

Foto: Jornal Comarca de Garça
Brasil está entre os países com melhor cobertura vacinal do continente americano

O pesquisador e gastroenterologista Andrew Wakefield associou a vacina Tríplice Viral ao autismo em um artigo publicado em 1998. Desde então, o movimento antivacinação vem crescendo e doenças que já haviam sido erradicadas voltaram a ser registradas em países onde esses grupos se tornaram mais fortes. Entre dezembro de 2014 e janeiro de 2015, foram registrados 26 casos de sarampo em quatro estados dos EUA. O número equivale a 10% do total estimado para o ano todo no país, que já havia considerado a doença erradicada há 15 anos. No Brasil, o surto mais recente foi registrado este ano no Ceará. Até junho de 2015, foram registrados 161 casos no estado nordestino. A organização de política internacional, Council on Foreign Relations (CFR), desenvolveu um mapa do mundo no qual mostra que, entre os anos de 2008 e 2015, os surtos de doenças que podem ser prevenidas por vacinas.

No Brasil, os grupos antivacina ainda não tem tanta força. O assunto passou a ser visto com mais atenção em 2011, quando uma criança não vacinada contraiu o sarampo e transmitiu a doença para mais sete bebês menores de um ano. Ao todo, 26 pessoas foram contagiadas na região da Vila Madalena em São Paulo, onde o caso ocorreu. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, uma em cada cinco crianças ainda não são imunizadas com vacinas e cerca de um milhão e meio morrem todos os anos devido a doenças que poderiam ter sido prevenidas.

Segundo a pediatra Márcia Gomes da Silva, as vacinas são muito importantes para a saúde das crianças, mas alguns aspectos precisam ser repensados. “O momento em que a vacina é aplicada pode ser revisto, mas com o auxílio de um pediatra, tomando as devidas precauções. Se começarmos a não vacinar em massa, doenças erradicadas podem voltar”. Para a médica, as mães devem ficar atentas e avaliar as consequências de não vacinar seus filhos antes de tomarem essa decisão. As crianças não vacinadas correm mais risco de serem infectadas e expõem as demais.

De acordo com o Calendário Nacional de Vacinação, o bebê deve ser vacinado 13 vezes desde o nascimento até os seis meses de idade. A quantidade de vacinas deixa alguns pais apreensivos, como Maria Eugênia Gonçalves. “Algumas vacinas são desnecessárias. Meu filho tomou a primeira dose da pentavalente e nunca mais dei. Acho que a vacina desencadeia outras doenças”. Maria Eugênia ressalta que a escolha de não vacinar seu filho não foi feita a partir do senso comum. “Houve muita leitura e informação, consulta a pediatras homeopatas e antroposóficos para que eu tomasse essa decisão”.

Thais Aureliano vacinou sua filha seguindo o que é indicado pelo Ministério da Saúde para os primeiros seis meses de vida do bebê, mas não concorda com o ritmo imposto por ele. “Acredito que seja a vacinação necessária, mas acho que tem muita coisa junta no começo da vida do pobre bebezinho”. Nesse período, as vacinas aplicadas previnem contra difteria, tétano, coqueluche, meningite, hepatite B, poliomielite, rotavírus, entre outras doenças.

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