Reportagens

Servidores da UFSC seguem em greve no Dia do Funcionário Público

Texto: Andressa Santa Cruz (santacruzandressa@gmail.com)

Hoje, 28 de outubro, comemora-se o Dia do Funcionário Público. Há 99 anos, a data entrou no o calendário brasileiro. Instaurada pelo presidente Getúlio Vargas, serve principalmente para reforçar a importância dos serviços prestados à população para o bem-estar social.

No dia reservado aos profissionais que atendem a sociedade, os servidores da Universidade Federal de Santa Catarina seguem paralisados por tempo indeterminado. O protesto é pelo cumprimento dos acordos acertados na greve de 2015 e é contra a Proposta de Emenda Constitucional 241/2016 que prevê o congelamento orçamentário dos serviços oferecidos à população.

“Reivindicamos as melhorias trabalhistas acordadas na paralisação do ano passado e somos contra a PEC 241, não só porque vai afetar o salário da nossa categoria mas também porque todos os setores públicos da sociedade serão prejudicados, como a saúde, educação e segurança”, afirma Celso Martins, coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores da UFSC (SINTUFSC).

A PEC 241 prevê uma alteração na Constituição Federal onde os gastos públicos seriam congelados pelos próximos 20 anos. Ou seja, se a norma entrar em vigor, o repasse de verba para as políticas sociais em 2017 será o mesmo de 2016, com reajustes de acordo com a inflação. Embora Martins ache importante a união de toda sociedade contra a PEC, ele acha difícil a adesão integral da greve na universidade. “Essa medida afetará todos os serviços oferecidos à toda população. Mas, por ser fim de semestre, creio que os professores e estudantes não vão se juntar a nós”.

Segundo Martins, como é recente, ainda não se sabe o número de servidores que aderiram e nem há previsão para o término da greve: “Estamos decidindo tudo democraticamente através de assembleias e acatando as orientações de Brasília”, disse o coordenador se referindo à Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Públicas.

A paralisação começou na última segunda-feira, 24 de outubro, após votação em Assembléia Geral, onde toda a comunidade acadêmica pode participar e ter direito a voto. Setores universitários como a Biblioteca Universitária (BU) e o Restaurante Universitário (RU) do campus central já foram afetados: a BU está fechada desde segunda-feira e o RU conta um quadro reduzido de servidores e mantém as atividades com os funcionários terceirizados. Com intenção de diminuir o impacto para os estudantes, o Diretório Central Estudantil (DCE) encaminhou à comissão grevista um pedido para que as atividades na BU e no RU não sejam interrompidas.

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